Na noite do domingo 30 de março, trabalhadores sem moradia digna ocuparam o prédio da antiga TELERJ para fazer valer o seu direito de morar com dignidade. A mando da empresa de telefonia Oi, foi expedido mandado de reintegração de posse. No entanto, a justiça determinou que a Prefeitura realizasse o cadastro de todas as famílias antes da desocupação do terreno, o que não ocorreu.
Por volta de 5h da manhã de hoje, 11 de abril, a Polícia Militar cercou a região tentando impedir qualquer ato de solidariedade às famílias da ocupação. Trabalhadores, militantes do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) e estudantes solidários às famílias da ocupação acompanharam de perto essa movimentação.
Desrespeitando a ordem da justiça de que se realizasse o cadastro das famílias antes da desocupação, a PM, sob o pretexto de fazer cumprir a famigerada ordem de despejo, reprimiu, de forma truculenta, milhares de pessoas que aguardavam para serem cadastradas.
Mulheres, idosos e crianças não foram poupados da brutalidade policial. Em resistência à opressão do Estado, moradores se deitaram no chão para não permitir a passagem das viaturas e do caveirão. Outros buscaram se refugiar na UPA, escapando das bombas e tiros (na favela não são de borracha). Indignada, uma senhora tentou furar o bloqueio policial para ter notícias das crianças que poderiam ser seus netos, quando também foi agredida. O estudante da UFRJ Esteban Crescente saiu em defesa da senhora e foi espancado e preso pela Polícia.
Essa ação é reflexo do projeto de cidade implementado no Rio de Janeiro, jogando milhares de trabalhadores para os bairros mais distantes e reservando os melhores locais para os condomínios de luxo. Como única saída para esta situação, resta aos trabalhadores e trabalhadoras se organizarem e exigirem na luta seus direitos.
Toda solidariedade à ocupação da TELERJ! Morar dignamente é um direito humano!
Redação Rio
Tão triste isso! Querem massacrar o povo!