As eleições de níveis federais e estaduais acontecem em outubro próximo mas desde já é possível perceber que será o poder financeiro, e não o povo, quem vai decidir o resultado das urnas. Após 12 anos de governo do PT, nunca antes na história desse país se viu uma eleição onde o dinheiro falasse tão alto.
Apenas as três candidaturas a presidente mais caras (Dilma, Aécio e Eduardo) preveem gastar, juntas, a bagatela de R$ 740 milhões de reais nesses três meses de campanha. Isso significa mais de R$ 5 reais por cada eleitor apto a votar, sem dúvida a eleição mais cara da história.
O caso do presidente cassado Collor de Melo, no entanto, salta a vista. Expulso do cargo em 1992 por casos de corrupção, Collor é candidato releição ao Senado pelo estado de Alagoas, um dos mais pobres do país.
Sem nenhuma vergonha na cara, Collor declarou ao Tribunal Superior Eleitoral o patrimônio de R$ 20,308 milhões de reais. Fazem parte de seu patrimônio itens essenciais como um automóvel da marca italiana Ferrari (preço estimado R$ 556.025,71), muitos carros de luxo, lanchas, jet ski, bens imóveis, etc.
Enquanto isso, Alagoas é um dos estados com os piores índices sociais do país, a começar, obviamente, pela distribuição de renda. De cada mil crianças nascidas vivas, 46 morrem antes de completar um ano de vida. Em direta relação com este dado está o fato de que menos de 10% das casas dos alagoanos têm acesso a saneamento básico.
A coligação de partidos formada para reeleger Collor de Melo inclui PCdoB, PMDB, PT e PV, além de outros menores. Collor quer passar mais oito anos no senado federal representando o Partido Trabalhista Brasileiro – PTB.
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral
Jorge Batista, São Paulo