No ultimo dia 23 de julho no NIATE/CFCH na UFPE em Recife-PE, foi promovido pelo jornal A Verdade com o apoio da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), Movimento Correnteza UFPE e o Centro Cultural Manoel Lisboa, um debate sobre o massacre ao povo palestino. O evento contou com a participação de vários movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento de Mulheres Olga Benário, Movimento Luta de Classes (MLC), União da Juventude Rebelião (UJR) e entidades estudantis como o DCE – UNICAP, DCE FAFIRE, DCE UFRPE.
O professor Luciano Cerqueira, do departamento de História da UFPE foi o primeiro debatedor a expor do ponto de vista histórico toda origem da guerra entre palestinos e israelenses que se intensificou a partir da criação pela ONU do Estado de Israel em 1948. O professor abordou aspectos culturais dos povos árabes, bem como, o histórico de exploração que esses povos sofrem pela ação do imperialismo tomando como marco principal a derrota do Império Turco-Otomano na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), onde França e Inglaterra invadem o Oriente Médio e dividem entre si a região, ficando a Palestina sob o domínio britânico de 1918 a 1948. Por fim, Cerqueira expôs que a guerra entre Judeus e Palestinos beneficia a indústria bélica norte americana que lucra milhões com o verdadeiro genocídio que está acontecendo contra o povo palestino.
O segundo debatedor foi Edival Cajá, sociólogo e Militante do Partido Comunista Revolucionário-PCR. Cajá fez uma analise do conflito levantando os aspectos econômicos e políticos que envolvem não só o Estado de Israel e seu governo de extrema direita como também, os Estados Unidos e as potências imperialistas da Europa e Ásia que além de apoiar conflito, dão todo subsidio econômico e politico financiando e lucrando com a tentativa desumana de extermínio do povo palestino. Relembrando a guerra cruel e desumana que os Estados Unidos deflagrou contra o povo vietnamita com todo aparato militar usando das mais diversas formas de crueldade, matando civis indefesos na década de 1970, o que não é muito diferente do que faz hoje o Estado de Israel com o apoio dos Estados Unidos ao povo palestino. Estão cometendo mais um crime contra a humanidade atacando um povo indefeso sem respeitar seu direito de autodeterminação e a Constituição de um Estado que somente se utiliza de paus de pedras e armas de pequeno alcance para defender seu território, suas riquezas e sua cultura. Não podemos nos calar diante de mais uma atrocidade que o Capitalismo que impor ao povo palestino e ao mundo. São centenas de famílias que estão sendo dizimadas para o lucro financeiro e a ganância de poucos e cabe a nós mudar essa situação e construir uma sociedade justa onde não haja a exploração do homem pelo homem. Essa sociedade é possível e é tarefa de todos nós que somos escravizados pela ganância dos capitalistas que matam crianças neste momento na palestina. Foram esses que financiaram golpes militar nos países sul-americanos. São eles os responsáveis por matar, torturar e desaparecer com corpos de centenas de trabalhadores, estudantes, homens, mulheres e crianças, e que continuam na mesma prática nas cadeias do nosso país; afirmou Cajá.
Jayme Asfora, secretário da Juventude do Recife e descendente de Palestino, contribuiu com o debate fazendo um depoimento da saída dos seus avós paternos da palestina ainda quando a região pertencia à Inglaterra. “Meu engajamento na luta por meu povo começou na Universidade a partir dos 18 anos quando passei a militar no movimento estudantil, sendo vice-presidente do DCE-UFPE e presidente do DA do curso de Direito. Conheci Cajá e junto com outros estudantes, passei a entender melhor a vida do meu povo e toda sua história de luta pela liberdade. Todos os palestinos que deixaram suas casas saíram porque foram expulsos ou então fugiram para sobreviver. Muitos saíram sem nada, perdendo além do direito de viver em sua pátria, seus bens materiais”. O então secretário, disse entender que essa guerra injusta e desigual é fruto da disputa econômica entre o riquíssimo Estado de Israel, com o apoio de outros países da Europa e da América, para obter ainda mais lucro financeiro enquanto centenas de crianças e famílias inteiras estão sendo destruídas.
Esse importante debate demostrou ainda mais como é justa a luta pela liberdade da Palestina e quão injusto é esse verdadeiro genocídio. Com o falso argumento de combater o terrorismo na região, o Estado Fascista de Israel que se apossar das terras palestinas e enfraquecer o Hamas, principal grupo de resistência palestina. Já foram mais de 100 crianças mortas e milhares de civis mutilados e assassinados em menos de 20 dias do conflito por terra. Lembramos que a guerra entre palestinos e israelenses começou desde 1948 e nesse período de tempo, milhares já foram mortos sem que os verdadeiros culpados tenham recebido punição. A Faixa de Gaza, região das incursões por terra tem uma população constituída por civis que não oferecem nenhum perigo à Israel. O povo palestino clama por liberdade, pelo direito de ter suas terras, riquezas e cultura preservadas. Toda sociedade precisa se organizar e mostra a verdadeira opinião publica que não apoia esse crime contra os direitos humanos e a autodeterminação dos povos.
Várias entidades estudantis, sindicais, movimentos sociais e organizações politicas organizaram o Comitê Pernambucano em Solidariedade à Palestina. O Comitê tem o objetivo maior mobilizar a opinião pública contra esse massacre ao povo palestino. No próximo dia 30/07 estará acontecendo o Ato de Solidariedade ao Povo Palestino, pelo fim do conflito em Gaza. A concentração será às 13h30minh no Parque 13 de maio em frente a Faculdade de Direito do Recife. Vamos participar e mostrar que Recife não se cala diante desse crime e ampliar as mobilizações por todo o Estado.
FIM DO GENOCÍDIO DO ESTADO DE ISRAEL NA PALESTINA!
ABAIXO AS GUERRAS IMPERIALISTAS!
Camila Falcão, UJR, Recife