UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Declaração final do Seminário de Quito

PaginaClausuraSIPRALEm meio de grande alegria e entusiasmo se encerrou a décima oitava edição do Seminário de Quito Problemas da Revolução na América Latina. O evento contou com a participação de 28 organizações de 15 países. Cerca de 1500 pessoas participaram das diferentes sessões do seminários em seus 5 dias.

Declaração final do XVIII Seminário Internacional Problemas da Revolução na América Latina.

O atual cenário internacional e as tarefas dos revolucionários

Com um ar de aparente tranquilidade e otimismo, os analistas econômicos da burguesia internacional anunciaram ao mundo que a crise econômica que se instalou em 2008 havia chegado ao fim e que se vislumbrava um período de recuperação do capitalismo. Efetivamente, manifestações de uma pequena recuperação econômica estão evidenciadas em alguns países, como Estados Unidos e Alemanha, mas, ao mesmo tempo, outras economias sofrem recaídas. Em todos esses anos, o centro da crise está se deslocando para uma outra região, seus efeitos econômicos ainda estão presentes em todo o mundo, acompanhados da agudização de conflitos políticos e sociais.

O mundo é cenário de uma aguda confrontação político-social entre povos e classes dominantes, entre países dependentes e estados imperialistas, e entre potências imperialistas que disputam ferozmente entre si o controle das zonas de influência, mercados, recursos naturais dos países dependentes, etc. Assim se explicam os conflitos político-militares que se produzem em vários pontos do planeta como na Ucrânia, Síria ou no Oriente Médio.

Neste mundo agitado, os trabalhadores, a juventude e os povos em geral avançam em suas luas, buscando afirmar o protagonismo histórico que lhes correspondem.

A movimentação do capital de descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores se chocou com a resposta combativa dos povos da Europa. Desde o outro lado do oceano, nós os latino-americanos, temos visto com alegria e otimismo as greves gerais, mobilizações de rua e jornadas combativas que se estenderam na Espanha, Grécia, Portugal, Itália, Alemanha e praticamente todo o velho continente. Nesse exercício da luta de massas, as organizações revolucionárias redobram seus esforços para dar um rumo correto a esses combates, disputando com forças de direita e oportunistas que vêem nessas circunstâncias a oportunidade para dar soluções políticas a crise sem afetar o marco da institucionalidade burguesa.

Frente aos selvagens mecanismos e níveis de exploração capitalista na Ásia e África, a resposta dos trabalhadores é a greve. Milhares de operários e operárias, de mineiros e trabalhadores agrícolas paralisam o trabalho nas empresas que, em sua maioria, são subsidiárias de transnacionais imperialistas.

O continente americano, que em outros momentos da história se alçou em armas para derrotar a dominação colonial, também é cenário de protestos populares, de agudas confrontações políticas e de disputas interimperialistas.

O ciclo dos chamados governos progressistas apresenta graves problemas. A obra pública e social que puderam desenvolver nos anos anteriores graças a novos ingressos econômicos adquiridos pela venda de suas matérias primas no mercado internacional, agora tem dificuldade de se manter contínua: os problemas econômicos provocam estragos. Em sua busca por recursos, optaram pelo tradicionalmente aplicado pela burguesia no poder: prostrar-se ante o capital financeiro internacional e meter a mão no bolso dos trabalhadores.

Capitais chineses, russos, canadenses e estadunidenses fluem para esta região para empreender projetos mineiros, petroleiros e energéticos. Ou, através de empréstimos que, em um ou outro caso, afirmam uma dependência econômica já existente. Vários desses governos “progressistas”, em nome de uma suposta atitude anti-estadunidense, na realidade levam adiante uma renegociação da dependência com a China, de maneira particular.

Em muitos aspectos do exercício econômico e político, não existe muita diferença entre os governos ‘progressistas’ e os abertamente de direita. Em ambos são aplicadas leis para restringir e até eliminar direitos dos trabalhadores e dos povos; com distintos discursos – mas com idênticos propósitos –  se aprovam leis ‘anti-terroristas’ que buscam impedir o protesto popular através de sua criminalização; coincidem com o impulso extrativista e agroenergético que saqueiam nossas riquezas e provocam funestas e irreversíveis consequências na natureza.

Existem muitos exemplos da aplicação de políticas anti-populares e antinacionais, por isso o descontentamento e a luta dos trabalhadores, da juventude e dos povos cresce… e a repressão também. Na América, como em outras partes do planeta, a fascistização do Estado é um fato que se choca com a luta dos povos através das mais diversas formas.

Frente a esta realidade  e tendo em mente que a razão de ser das forças revolucionárias é organizar o protagonismo das massas na revolução, os participantes deste Seminário Internacional proclamam o compromisso de nossa luta, a defesa dos interesses imediatos e estratégicos dos trabalhadores e povos, e a defesa da soberania nacional, sob o signo da independência de classe.

Ratificamos o princípio da unidade dos trabalhadores e do povo como base fundamental para derrotar aos inimigos comuns, unidade antiimperialista para levar a um bom final nossa luta.

Trabalhamos pra que as idéias revolucionárias ganhem espaço e se afirmem na consciência dos povos, para isto, é fundamental confrontar e derrotar as classes dominantes e o imperialismo no terreno ideológico. Não basta combateras posições abertamente reacionárias e de direita; é fundamental desmascarar as teses e posições pseudo-esquerdistas e oportunistas que atuam no movimento popular para fazer deste funcional aos projetos capitalistas em nome de supostas revoluções do século XXI.

As lutas dos trabalhadores e dos povos que se desenvolve em qualquer parte do planeta, fazemos sentir como nossas e nos solidarizamos com elas. De maneira particular, levantamos nossa voz e nosso punho de indignação frente ao genocídio realizado pelo Estado sionista de Israel com o apoio yanqui contra o povo palestino: nossa solidariedade com a heróica luta palestina para recuperar seu território e seu direito a autodeterminação. Nossa voz de alento ao povo venezuelano que luta por defender as conquistas democráticas obtidas nesses anos e nossa condenação à ação intervencionista e desestabilizadora do imperialismo estadunidense e da burguesia desse país. Somos solidários ao povo da Ucrânia, vítima da ambição de grupos corruptos e reacionários internos e da disputa entre potências estrangeiras.

Exigimos a liberdade dos lutadores populares, dos presos políticos e prisioneiros de guerra e de todas as vítimas da repressão processadas por suas convicções em distintas partes do planeta.

Estas opiniões são fruto de um debate franco e respeitoso desenvolvido nas sessões do XVIII Seminário Internacional Problemas da Revolução na América Latina, realizado em Quito e as expomos aos povos do mundo.

Nosso objetivo é a revolução social e nacional, a libertação de toda a humanidade do julgo do capital: nesse propósito desprendemos nossos melhores esforços.

Quito, 1 de agosto de 2014

Assinam:

Partido Comunista Revolucionario da Argentina

Partido Revolucionario Marxista Leninista da Argentina

Coordinadora de Unidade Barrial / Movimiento Teresa Rodríguez –  Argentina

Partido Comunista Revolucionário do Brasil

Movimento de Mulheres Olga Benário – Brasil

Movimiento Luta de Clases – Brasil

Movimento Constituinte Democrática – Colombia

Partido Comunista da Colômbia (marxista-leninista)

Partido Comunista da Colômbia (Maoísta)

Partido dos Comunistas dos Estados Unidos

Partido Comunista da Espanha (marxista-leninista)

Frente Democrático Nacional das Filipinas

Frente Popular Revolucionaria – México

Partido Comunista do México (marxista-leninista)

Partido Comunista Peruano (Marxista-Leninista)

Coordenação Caribenha y Latino-americana de Porto Rico

Partido Comunista bolchevique (Rússia)

Partido Comunista bolchevique (Ucrânia)

Organização Revolucionária 28 de Fevereiro – Uruguai

Partido Comunista do Trabalho – República Dominicana

Asociação Dominicana de Professores

Partido Comunista  Marxista Leninista do Equador

Frente Popular – Equador

Movimento Popular Democrático

Juventude Revolucionária do Equador

Confederação Equatoriana de Mulheres pela Mudança

Frente Revolucionária de Esquerda Universitária

Partido do Trabalho da Turquia

Outros Artigos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes