A estratégia governamental para diminuir o apoio popular à convocação de uma consulta que aprove ou não a reeleição ilimitada é clara: busca personalizar Guillermo Lasso como a liderança política da iniciativa e assim argumentar que essa é exigência é promovida pela direita e, dessa maneira, polarizar o debate entre o governo e esses setores da oligarquia, deixando de fora a oposição popular, lugar de onde surgiu a exigência de uma consulta popular.
A direita tenta se aproveitar do crescente sentimento popular de rechaço ao propósito governamental de impor a reeleição ilimitada. O despertar “democrático” desse setor, acostumado também – como ocorre agora – a impor de cima suas decisões políticas assumidas entre quatro paredes, não é mais do que uma estratégia política frente às eleições de 2017, para pescar em rio revolto em um cenário em que o governo perde força.
Esta circunstância, no entanto, não pode levar o movimento popular a desistir da exigência da consulta, ainda que, para isso, não se some na coleta de assinaturas, até por que, de antemão, se conhece tudo que o Conselho Nacional Eleitoral fará para impedi-la e também por que devemos manter independência frente a todos os setores da direita.
O caminho do movimento popular para impor a consulta é a luta aberta nas ruas. As manifestações devem continuar através de diferentes meios e formas, de maneira que a força do movimento de massas encurrale o governo e suas pretensões antidemocráticas. A jornada de luta convocada para 19 de novembro é um momento importante para demandar esta exigência, mas não é o único espaço. Cada setor, cada organização popular deve levantar desde seu próprio local e junto suas reivindicações particulares esta bandeira política. Só assim enfrentaremos as intenções do governo.
Fonte: Em Marcha