Trabalhadores em teleatendimento cruzam os braços no Rio de Janeiro

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DSC_5665Na última quarta-feira (17/12) milhares de trabalhadores em teleatendimento do Rio de Janeiro promoveram a primeira greve geral da história da categoria. Ao todo, cerca de 10 mil operadores cruzaram os braços em todas as unidades da Contax e Atento, as duas maiores empresas do setor no país.

A paralisação de 24h foi organizada pelo Sinttel-Rio e teve apoio determinante do Movimento Luta de Classes (MLC). Entre as principais reivindicações estavam um piso de R$ 1.099,00 (hoje é de apenas R$ 724,00), redução da jornada de trabalho de 220 para 200 horas, pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, fim das metas abusivas e do assédio moral e aumento no vale alimentação para 11 e 22 reais para as jornadas de 6h e 8h, respectivamente.

Adesão 

Nem mesmo a intensa pressão patronal sofrida pelos trabalhadores para que não aderissem à greve foi capaz de enfraquecer o movimento.

Com os serviços de teleatendimento parados no Rio e em Niterói, milhares de ligações tiveram que ser transferidas para os call centers de outros estados e a central de atendimento do cidadão da Prefeitura do Rio ficou praticamente inutilizada.

Diversos sindicatos e movimentos sociais também participaram da construção da paralisação, entre eles o Sintufrj, Sindipetro Caxias, Sintrasef, Sintnaval, a comissão de mobilização dos garis da Comlurb, Unidade Classista, MLB, AERJ, DCE-UFRJ, Fenet, UJR, UP e o Movimento de Mulheres Olga Benario.

A luta continua!

Os trabalhadores em teleatendimento foram uma das categorias que mais cresceram no país nos últimos anos e está entre as principais prejudicadas pelo processo de terceirização. Composta em sua maioria por jovens, mulheres e negros, sofre todo tipo de assédio moral e recebe salários que não se afastam muito do mínimo nacional.

A paralisação de 24h no Rio de Janeiro foi uma grande vitória da categoria e serviu de advertência para que as empresas negociem a sério a pauta da campanha salarial 2014/2015.

Novas reuniões entre o sindicato e os patrões serão realizadas nas próximas semanas e, caso não haja avanço no atendimento das reivindicações, os trabalhadores entrarão em greve por tempo indeterminado.

De acordo com Rêneo Augusto, diretor do Sinttel-Rio e coordenador estadual do MLC, “a paralisação de hoje entrou para a história. Esperamos que as empresas tenham aprendido a lição e passem a respeitar a categoria e suas reivindicações. Se não tiver acordo até a primeira quinzena de janeiro, vai ser greve geral”.

Redação Rio