As classes dominantes procuram colocar na cabeça da juventude que todos os problemas se resolvem quando se está bem consigo mesmo, prezando sempre pelo individualismo: “Todos são inimigos; segue teu caminho com teus poucos amigos e conquistará a paz interior”. Fazem isso para nos tirar do rumo da luta e vendar os nossos olhos às mazelas desse sistema.
O trabalho de propaganda da ideologia burguesa faz com que fiquemos uns contra os outros, pobres contra pobres. Pedimos a redução da maioridade penal, criticamos grevistas, dizemos que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher!”, que quem não estuda é vagabundo, e só não trabalha quem não quer. Além disso, taxamos manifestantes de baderneiros, etc.
Mas a coisa começa a mudar quando vemos que a comida na mesa é pouca, apesar de trabalharmos o dia todo até a exaustão. Quando grande parte da população mora de aluguel ou de favor, enquanto milhares de casas estão vazias. Quando 5/6 dos jovens ficam de fora do ensino superior e 50 mil mulheres foram mortas em 10 anos, vítimas da violência doméstica. Quando 70% da população carcerária tem até 29 anos e 1/3 da população mundial não tem comida nem água.
Diante de tudo isso, o povo passa a se revoltar e a questionar por que milhões de pessoas são exploradas e nada possuem, enquanto poucos milhares se apropriam de quase tudo que é produzido pelos trabalhadores.
Luciana Costa, militante da UJR e Diretora de Políticas Educacionais da Ubes