UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Audiência Pública debate repressão policial contra estudantes em MG

Outros Artigos

audiencia publica 01

Na manhã do dia 22 de abril houve, em Belo Horizonte, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, uma audiência pública convocada pela comissão de direitos humanos para discutir a repressão ocorrida durante um ato da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande BH (AMES-BH) dentro da escola, Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) no dia 26 de março na jornada de lutas Edson Luís. A mesa foi composta por representantes da Comissão de Direitos Humanos, Secretaria da Educação de Minas Gerais, Direção do IEMG, Polícia Militar de Minas Gerais, AMES-BH, Grêmio do IEMG e UNE.

A manifestação feita no dia 26 de março foi em prol da memória do estudante Edson Luiz, morto no período da Ditadura Militar, mais investimento na educação, melhoria da estrutura e mais democracia para o movimento estudantil dentro da escola. No decorrer do ato a diretoria do IEMG acionou a Polícia Militar para intervir. Após a chegada da PM o ato pacífico que estava ocorrendo na escola foi reprimido. Em momento algum a PM propiciou o diálogo com os manifestantes e agrediu três estudantes, Mariana Ferreira (coordenadora geral da AMES-BH), Marcelle Rocha e Taynara Moraes (alunas da escola), prendendo-as em seguida junto com dois estudantes, João Maia (presidente do Grêmio do IEMG) e Gabriel Villar (membro do Grêmio do CEFET-MG-BH), e a mãe de uma das estudantes agredidas.

audiencia publica 02

Durante a audiência o diretor do IEMG, presente na mesa, argumentou que sempre houve diálogo entre o Movimento Estudantil e a direção, entretanto, esta segue uma orientação feita pelo último governo do estado (PSDB) na qual restringe a entrada do Movimento Estudantil nas escolas estaduais. Segundo a AMES-BH, a diretoria dificulta o diálogo com os estudantes e reprimi o Movimento Estudantil, a pouca voz que os estudantes possuem atualmente dentro da escola foi conquistada com muita luta dos estudantes em conjunto com a AMES-BH.

Os alunos do IEMG junto a AMES-BH exibiram vídeos para o plenário que relatam as agressões cometidas, mostrando que a PM está totalmente despreparada para lidar com estudantes. Sendo ressaltado pela Idalina Franco, superintendente da metropolitana A, que a PM não deve entrar na escola para resolver problemas escolares, educação não é caso de Polícia.

Os representantes da PM alegaram que o uso da força e as agressões cometidas foram legítimos, pois objetivavam o “estabelecimento da ordem”, e serão apuradas as denúncias feitas para analisar se houve abuso de autoridade. Em contrapartida os estudantes esperam esclarecimentos a respeito do “estabelecimento da ordem”, onde reprime violentamente o Movimento Estudantil e impede que os estudantes exerçam seus direitos e, mais uma vez, sejam reprimidos por tentarem conquistar voz na sociedade.
“Se a educação sozinha, não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” – Paulo Freire.

Gabriel Villar é do grêmio do Cefet e militante da UJR

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes