No dia 28 de Abril, foi fundada a Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (ATTUFRJ), em uma assembleia com cerca de 60 trabalhadores no Centro de Ciências da Saúde, na Cidade Universitária, sendo a primeira organização de classe representativa de trabalhadores terceirizados no país.
Resultado de um processo de lutas intenso em toda a Universidade, por meio do qual, trabalhadores da limpeza, portaria, vigilância, almoxarifado e manutenção técnica realizaram manifestações, piquetes e greves. A reivindicação, em geral, era o direito mínimo de receber os salários e benefícios (transporte e alimentação) em dia, pois é muito comum o atraso por parte das empresas que faturam milhões em contratos que valem R$ 5 mil por trabalhador, pagando salários de R$ 900,00.
A mão de obra terceirizada cresceu muito nos últimos anos na UFRJ, graças a uma política de extinção de cargos no Serviço Público em benefício de setores que almejam a privatização da universidade e maior lucro em cima da força de trabalho. Na mesma proporção, cresceu o sofrimento diário com a pressão dos supervisores, o assedio sexual sofrido pelas trabalhadoras e a invisibilidade em meio a uma comunidade acadêmica que se convence, todos os dias, que só existem três segmentos na universidade docentes, técnicos e alunos. Ou seja, os terceirizados não teriam direitos na comunidade acadêmica.
Neste cenário os trabalhadores terceirizados passaram a exigir um maior nível de organização, já que seus sindicatos de ramo não cumprem um papel proativo na luta. Neste sentido o Movimento Luta de Classes (MLC) apoiou esta organização com presença militante na base e conscientizando a categoria.
Segundo Waldinea Nascimento – Presidente da ATTUFRJ e do MLC; “Esta organização é fruto de muita luta e com certeza terá muita adesão, seremos cada vez mais firmes contra a opressão do patrão!”
Participaram da assembléia o Presidente Associação Docente da UFRJ (ADUFRJ) – Claudio Ribeiro, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (SINTUFRJ) – Rubens, a representante do Diretório Central dos Estudantes Mario Prata (DCE-UFRJ) e o coordenador do Laboratório de Solidariedade Técnica – SOLTEC – Flavio Chedid. Todas as entidades receberam forte agradecimento da diretoria eleita da ATTUFRJ, pois foram fundamentais para o fortalecimento da organização da categoria.
Primeira campanha da Associação é pela reintegração de Terezinha ao trabalho
Depois de uma forte mobilização que garantiu os salários atrasados dos trabalhadores da Qualitécnica (maior empresa terceirizada em atividade na UFRJ), a empresa decidiu demitir a funcionária conhecida por todos como Terezinha, hoje Vice-Presidente da ATTUFRJ.
Porém, toda a comunidade acadêmica da UFRJ se levantou contra esta injustiça, bem como, a categoria dos faxineiros que estão pressionando a empresa pelo retorno de sua principal liderança.