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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Violência contra jovens negros e pobres é tema de audiência pública em Alagoas

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A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara de Deputados, que investiga a violência contra jovens negros e pobres, realizou uma audiência pública nesta segunda-feira, 18 de maio, a partir 15 horas, na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (ALE).

Durante a sessão da CPI, integrantes das comunidades, partidos políticos e movimentos sociais, culturais e negros denunciaram a violência existente nas periferias, contra o povo trabalhador, pobre e negro em Alagoas.

Segundo o Mapa da violência, Alagoas possui a maior taxa de homicídio do país, com 63,3 mortes violentas a cada 100 mil habitantes, e Maceió lidera o ranking das cidades brasileiras, com 79,9 por 100 mil habitantes.

Sendo a população negra e pobre é a que mais sofre, a CPI foi criada para investigar as causas e as consequências da violência. Constituída no dia 20 de março, a Comissão Parlamentar já estive na Bahia, no Rio de Janeiro e chega em Alagoas, para investigar, também, o caso do jovem Davi – sequestrado, morto e com cadáver ocultado pela Polícia Militar, no dia 25 de agosto de 2014.

“São quase 9 meses que meu filho sumiu e não há condenação dos policiais, que já foram identificados. Se Davi estava fazendo algo de errado, tinha que levá-lo para julgar e não desaparecer com ele. Quero ter o direito de rever meu filho, nem que seja para enterrá-lo dignamente”, afirmou Dona Maria José, mãe de Davi Silva, que foi a primeira do plenário a ser ouvida pela CPI.

As falas que seguiram, além da violência em Alagoas, denunciaram a obstrução que o Governo Renan Filho criou na Audiência. Os secretários de Governo, durante 3 horas, falaram de uma realidade que não existe em Alagoas, de uma polícia cidadã e que trata o rico e o pobre, o branco e o negro de maneira igual. Isso fez com que a comunidade só fosse ouvida a partir das 19 horas.

“É uma falta de respeito com as mães e familiares que comparecem à audiência pública. Disseram que era um espaço para ouvir a comunidade, mas os representantes do poder público de Alagoas falaram durante 3 horas e foram embora sem ouvir a realidade do povo pobre, que é vitimado nas favelas. A violência policial é sistemática. O caso do Davi permanece impune porque era pobre preto, se fosse filho de rico já estaria solucionado.”, afirmou Magno Francisco, primo de Davi Silva e membro da Unidade Popular pelo Socialismo.

Representação

A CPI esteve representada pelo seu presidente, Deputado Reginaldo Lopes (PT/MG), sua relatora, deputada Rosângela Gomes (PRB/RJ) e pelos deputados Federais Paulão (PT/AL) e delegado Edson Moreira (PTN/MG).

Redação Alagoas

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