Servidores federais estão se mobilizando para reagir ao anúncio do novo pacote de cortes do governo que atingiu em cheio a categoria. Nesta nova parte do ajuste fiscal, o governo federal voltou atrás na promessa de um reajuste de 10,8% em dois anos (2016-2017). Fazendo os trabalhadores pagar a conta da crise, o governo anunciou que o reajuste, se acontecer, só será efetivado em agosto do ano que vem.
Também os trabalhadores que estão em vias de se aposentar foram atingidos com a extinção do direito ao abono de permanência. Somando tudo isso a medida de suspensão do concurso público para a contratação dos mais de 40 mil servidores que estavam previstos para suprir a falta de quadros nos diferentes órgãos federais, temos uma situação que pode levar ao colapso serviços tão essenciais como a Previdência Social, as Universidades Federais, o INCRA, a Funai e outras áreas.
Essas medidas prejudicam, em especial, a população mais pobre, que é quem depende dos serviços sociais cobertos pelos diferentes institutos e órgãos federais. Ao invés de cobrar dos ricos a conta da crise, impondo impostos sobre as grandes fortunas, o governo federal corta serviços públicos essenciais e aprofunda a desigualdade social que existe no país.
Representantes do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasef) se reuniram em Brasília e aprovaram um calendário de atividades que inclui um dia de greve geral no setor público na próxima quarta, 23, com uma grande atividade na capital federal. As entidades também vão ao Congresso Nacional onde devem promover um trabalho intenso de convencimento de que essas medidas que voltam a penalizar os trabalhadores não são a solução para a crise brasileira.
Outros representantes dos movimentos sociais, prejudicados pelas políticas de ajuste fiscal, vão se juntar à mobilização e pressionar o governo a adotar outras medidas capazes também de conter o momento de crise sem penalizar exclusivamente a maioria da população.
A greve geral dos servidores públicos federais é um capítulo fundamental na luta que a sociedade brasileira vem travando para barrar esse ajuste fiscal que beneficia apenas os ricos. É momento de aumentar os esforços para apoiar esta greve, explicando seus objetivos e unificando a luta com outros setores.
Sandino Patriota, com informações da Condsef (Confederação dos Servidores Públicos Federais).