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sexta-feira, 29 de março de 2024

Espetáculo conta a história da guerrilheira Soledad Barrett

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Foto: Flávia Gomes
Foto: Flávia Gomes

Está em cartaz no Teatro Hermilo Borba Filho, em Recife, até o dia 20 de setembro a peça “Soledad – A terra é fogo sob nossos pés”, de Hilda Torres, que também estrela o monólogo, com a direção de Malú Bazan. A artista plástica e filha de Soledad, Ñasaindy de Araújo Barrett, assina algumas músicas e a identidade visual do projeto.

A inspiração da peça veio após a leitura do livro de Urariano Mota sobre Soledad. O projeto do espetáculo surgiu após uma intensa pesquisa baseada nos documentos redigidos pela Comissão da Verdade, além de entrevistas com ex-presos políticos. “Falar sobre ‘Sol’ é falar de um pedaço de todos nós que nos impulsiona diariamente a enfrentar, resistir, sem nunca abrir mão do brilho nos olhos ao imaginar um mundo melhor com direitos iguais para todos e todas na compreensão das nossas diferenças”, comentou Hilda.

Soledad Barrett Viedma nasceu no Paraguai em 06 de janeiro de 1945. Filha de pai e avô militantes políticos perseguidos, conviveu com o exílio desde o seu primeiro ano de vida. Passou sua infância entre a Argentina, Uruguai e Paraguai. Foi estudar na União Soviética, onde passou um ano. Ao retornar à América Latina, passou pouco tempo na Argentina até decidir ir para Cuba treinar para a luta armada. Lá conheceu José Maria Ferreira de Araújo, militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), com quem casou e teve uma filha. José Maria desapareceu após voltar para o Brasil em 1970.

Soledad vai para Recife um ano mais tarde cumprir uma missão que lhe foi dada e passa a militar pela VPR até o dia de sua morte, que segundo a versão oficial ocorreu após um tiroteio em 08 de janeiro de 1973, numa chácara em Paulista (PE), onde, além de Soledad, mais 5 militantes da VPR foram assassinados. O jornalista Elio Gaspari, em “A ditadura escancarada”, classifica o episódio como “uma das maiores e mais cruéis chacinas da ditadura”. Segundo a versão do jornalista, os militantes foram capturados em ao menos quatro pontos distintos do Recife, torturados e depois levados até a chácara. Soledad estava grávida quando foi assassinada.

Redação PE.

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