Apesar de Campos dos Goytacazes ser uma das principais cidades brasileiras, beneficiada pelos royalties através da Lei do Petróleo, o índice de desenvolvimento humano (IDH) é baixíssimo, chegando a ficar em 37° no ranking do Estado do Rio de Janeiro.
O quadro de caos social dos dias atuais se explica pelo contexto histórico de ultra-exploração da força de trabalho, uma vez que Campos foi o município do Estado com maior número de negros escravizados no período colonial e monárquico e a última cidade a abolir o trabalho escravo no país. Além disso, nos últimos 25 anos, a administração pública tem alternado entre dois grupos políticos que buscam fazer da prefeitura um balcão de negócios, enquanto relegam às amplas camadas empobrecidas meras migalhas assistenciais. O resultado disso tem sido escolas municipais sucateadas, hospitais superlotados, falta de remédios nos postos de saúde e um sistema de mobilidade urbana em colapso.
Mas, onde há luta de classes há também rebeldia. Em 2015 iniciou-se a campanha de coleta de assinaturas pela legalização da Unidade Popular pelo Socialismo, por meio da militância do PCR e da UJR. Dando, sequência a reuniões políticas ao longo do ano que viriam a culminar no dia 16 de outubro, momento de formalização do comitê municipal e a eleição de sua direção provisória. De lá pra cá, aceleradamente vemos o trabalho crescer com qualidade.
Atuação em conjunto com o MST
Participamos da reorganização do trabalho político junto ao acampamento Luís Maranhão, em Cambayba, de ações conjuntas com o Sindipetro Norte Fluminense, Pastoral da Terra e outras organizações para fortalecer a luta dos acampados pela desapropriação das terras para fim de Reforma Agrária.
Estamos construindo no acampamento uma biblioteca infantil, espaço para alfabetização dos trabalhadores e um ciclo de atividades de acompanhamento político, com o objetivo de contribuir com o MST na jornada pela desapropriação.
Militância na base petroleira
A UP Campos está igualmente comprometida com a luta em defesa da Petrobras. Ao lado dos operários, repudiamos a venda de ativos (desinvestimento), demissões, terceirização, leilão e venda de ações, que fazem parte de um processo sistemático de privatização da empresa, por parte do governo brasileiro. Por isso, não medimos esforços em fortalecer a greve da categoria petroleira. Nossa militância esteve em todo o Brasil presente em piquetes, panfletagens e assembleias de greve, e em Campos nossa prioridade foi a mesma.
Estamos certos que com a unidade dos trabalhadores da cidade e do campo a força do nosso povo se multiplicará. Força que deve ser capaz de imprimir uma agenda política que se contraponha aos interesses do capitalismo, único culpado pela crise econômica em que vivemos hoje.
Convocamos todas e todos que acreditam nessa unidade para ajudar a construir a Unidade Popular pelo Socialismo (UP) para que o povo seja dono do seu próprio destino.
Bruna Mac, militante da UP Campos dos Goytacazes (RJ)