Com mais de 94% das urnas apuradas, o resultado das eleições na Turquia demonstra que o governo reacionário do presidente Recep Tayyip Erdoğan realizou parcialmente seus objetivos ao antecipar a renovação do parlamento. Com 48,9% dos votos, o partido governista Justiça e Desenvolvimento (AKP) conseguiu maioria para formar sozinho um novo governo, com 312 deputados.
Outros três partidos farão parte da câmara legislativa. A coalizão de esquerda HDP (Partido Democrático dos Povos) atingiu novamente uma votação suficiente para vencer a cláusula de barreira, mas viu seu número de deputados ser reduzido de 88 para 60 deputados.
O partido tradicional social-democrata no país CHP (Partido Republicano Popular) manteve sua posição de segunda força política com 25,8% dos votos e 135 deputados. A organização nacionalista e neo-fascista de extrema direita MHP (Partido do Movimento Nacionalista) obteve 12,14% dos votos e 44 deputados no parlamento.
O governo de Edorgan não conseguiu, no entanto, seu principal objetivo: obter uma maioria de dois terços para mudar a constituição e impôr um regime presidencialista que facilite seus intentos de promover a guerra contra a Síria.
A votação expressou a profunda divisão em que o país está imerso. O HDP foi amplamente vitorioso nas regiões orientais do país, onde a população curda é majoritária.
Sandino Patriota, São Paulo