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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Nota do Partido do Trabalho sobre a as eleições turcas

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Avançar na luta através da Determinação e da Perseverança!

O resultado das eleições mostrou que o AKP-Erdogan são os vencedores neste 1 de novembro, forçando – sob condições extraordinárias –  a mudança de opnião após a derrota que sofreram no dia 7 de julho. Por trás deste “sucesso” está a decepção da população causada pela apreensão e medo criados pela política da guerra e do caos, nas condições em que todos os direitos democráticos foram atacados e os partidos oposicionistas não puderam sequer realizar comícios.

Estamos diante de um cenário que é resultado de uma atmosfera política criada por um plano de guerra e caos; política que mira, por um lado, erradicar as condições de atividade política do HDP e de todas as forças democráticas e dos trabalhadores e, por outro lado, retirar os votos nacionalistas do MHP para o AKP através de provocações de guerra.

AKP-Erdogan enganaram a classe trabalhadora e as massas através da propaganda da necessidade de um ‘único partido no poder’ para prevenir o pior; não através da resolução dos problemas econômicos, sociais e políticos, mas através do aprofundamento do impasse.

Dessa maneira, a primeira conclusão a ser apreendida das eleições e 1 de novembro é a necessidade urgente de movimentar a classe trabalhadora e o povo para uma luta unificada e mais forte – renovando nossas plataformas de luta – baseada nos crescentes problemas e nos agudos conflitos que estamos vivendo no período atual.

A importância da luta por direitos políticos e por liberdades cresce face ao governo ditatorial ‘de facto’ de Erdogan. O fechamento de órgãos de mídia; a derrubada de websites; proibição de greves; a expulsão de prefeitos eleitos no Curdistão; a perseguição as forças democráticas e dos trabalhadores, detenções e perseguições; tudo isso têm se tornado rotina sob o governo ditatorial ‘de facto’. A cláusula de barreira anti-democrática de 10% dos votos para integrar o parlamento continua em vigor, a pesasr das promessas de abolição. O país continua governado através de uma constituição remendada por medidas destinadas para manter o AKP à frente do status quo.

A despeito da expectativa de ‘estabilidade’ propagada pelo AKP e pelo capital, todos os dados indicam a piora nas condições sócio-econômicas para os trabalhadores. Crescimento do desemprego; aumento da inflação; depreciação do câmbio; quebra na produção e diminuição na taxa de crescimento são sinais claros da crise econômica. Está claro que todas as tentativas serão feitas pelo capital para realizar ataques  contra os trabalhodores. Tudo isso leva a uma confortação total do sistema com os sindicatos e todas as outras organizalções de trabalhadores e inclusive os trabalhadores não-sindicalizados.

O impulsionamento da política de guerra que incluiu o bloqueio de cidades, o enriquecimento de determinados pequenos grupos – especialmente capitalistas e donos de pequenos negócios -, e após  os danos que guerra causou à economia e à vida social, levou ao retorno do AKP ao poder com uma maioria absoluta. Nestas eleições realizadas sob condições de guerra, votos não foram computados em razão da obstrução e pressão, assim como a tendência de votar no AKP com a esperança de pôr um fim à guerra levou a uma diminuição dos votos recebidos pelo HDP. No entanto, isso não muda o fato de que a maioria da população continua reunida em torno do HDP e do movimento político Curdo, ou seja, que o desejo de democracia e paz como soluções para as demandas nacionais continua.

As contínuas operações de guerra – a despeito da decisão de ‘inação’ tomada pelo KCK (Grupos de Comunidades do Curdistão, organização dirigida pelo PKK) – demonstram a insistência do AKP-Erdogan na guerra, uma insistência combinada com a ofensiva contra Rojava. Isso é somado a abertura de bases aéreas – principalmente Incirlik – para o uso do imperialismo nos EUA e a transformação do Estado Islâmico – que tem sido apoiado há anos pelo Estado turco na Síria – em um problema interno.

AKP-Erdogan chega ao poder novamente aprofundando todos os problemas econômicos, sociais e políticos. Essa situação torna imperativo para os trabalhadores e forças políticas – todas as forças que lutam pela paz e a democracia – a renovar suas plataformas de luta e criar uma poderosa frente democrática e elevar a luta.

O caminho para mudar o cenário deixado pelas eleições de 1 de novembro e para colocar um fim no regme ditatorial criando um país democrático, baseado na igualdade, onde as pessoas possam viver humanamente é o de elevar nossa determinação e perseverança.

Selma Gürkan
Presidente do EMEP

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