O jornal A Verdade entrevistou com exclusividade Rogério Amorim, coordenador regional do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), no Norte de Minas Gerais. Na entrevista, Rogério apresenta a organização sindical no Norte de Minas, analisa os avanços conquistados com a greve das federais em 2015, fala sobre o I Congresso Sindical da Seção Salinas e apresenta a luta como perspectiva para o próximo período. Por Gabriel Lopo, Minas Gerais.
A Verdade – Como o Sinasefe está organizado hoje no Norte de Minas Gerais?
Rogério Amorim – Nós temos quatro seções sindicais, a seção sindical Salinas, que agora muda para Sindicato dos Servidores Federais do Instituto Federal do Norte de Minas (Sinasefe – Sindnorte), seção sindical Januária, seção Pirapora e seção Arinos, que foi fruto da última greve. Nós temos também uma instância não institucionalizada, que é o Coletivo Sindical, que tem traçado várias frentes de luta.
Qual o balanço da greve das federais em 2015?
Em nossa avaliação, os ganhos foram poucos. Nós não tivemos uma correlação de forças favorável. A pauta financeira representa muito pouco e do que se conseguiu de pauta não financeira avaliamos que foram pequenos ganhos não ignoráveis. A cada greve a gente deve assumir esses pequenos ganhos que têm representação política. São ganhos pontuais, que merecem destaque, como os servidores técnicos administrativos poderem se candidatar a diretor dos institutos, o ponto eletrônico para os docentes, a discussão do Reconhecimento de Saberes e Competências. São ganhos pequenos, mas que devem ser assumidos.
O Sinasefe realizou, nos dias 04 e 05 de dezembro, o 1º Congresso Sindical Seção Salinas. Qual foi o objetivo do congresso?
O objetivo do Congresso, pelo seu próprio tema, foi organizar a base leste do Sinasefe Norte de Minas. Nós entendemos como a base leste o território compreendido principalmente em Salinas, Almenara, Araçuaí, Diamantina, Teófilo Otoni. Tem uma discussão também que incluiu nesse território a região de Janaúba e Porteirinha. A ideia então é reorganizar o sindicato, de forma que ele possa ter um funcionamento melhor. Foi aprovada a criação de subseções sindicais e representantes regionais. A articulação desses agentes que passam a integrar a diretoria favorecerá a luta.
Comente sobre a participação do Movimento Rebele-se no Congresso?
Entendemos que é de suma importância essa participação do movimento estudantil. Afinal de contas, a pauta que nos une é que estamos em uma instituição de educação. É importante a participação dos alunos. Nós temos muitas pautas em comum, e a luta pode ser enriquecida com essa aproximação. Se pensarmos em grupos isolados, não vamos resolver diversos conflitos no IFNMG. Temos vários problemas nacionais e locais, relacionados às Câmaras e Conselhos da instituição. A participação do Rebele-se é importante e é importante ocupar esses espaços.
Quais as perspectivas para o próximo período?
O próximo período será marcado pelo fortalecimento do sindicato, da luta pela educação. Recuperados da greve, pretendemos atuar ainda mais juntos aos problemas locais e a nossa base. Esperamos que o próximo período seja marcado pelo fortalecimento e crescimento de nossas lutas, cada vez mais unificadas, pela educação e pelo IFNMG.