No dia 05 de maio, estudantes das escolas estaduais de Salvador paralisaram o Centro da cidade com o intuito de mostrar à sociedade a indignação com os cortes de verbas na Educação realizado pelo Governo do Estado, refletido na falta de estrutura das escolas e na demissão de mais da metade dos funcionários terceirizados.
A manifestação foi organizada pelo movimento Rebele-se Salvador em conjunto com a UJR e os grêmios das Escolas Estaduais ICEIA, Severino Vieira e Central, contando com a presença de estudantes da Escola Senhor do Bonfim.
A demissão dos terceirizados afeta diretamente os estudantes, pois exerciam funções essenciais para garantir o bom funcionamento das escolas. São as zeladoras e zeladores, as merendeiras, os vigilantes, porteiras e porteiros, fiscais de corredor e, acima de tudo, mães e pais de família que precisam garantir o seu sustento e de seus familiares. O descaso do Governo do Estado da Bahia com a Educação é tão grande que os terceirizados estão trabalhando sem receber há mais de dois meses, e o Governo alega que não tem verba para manter os trabalhadores. Dinheiro para obras faraônicas, porém, o Governo tem, além de caríssimas campanhas publicitárias.
A realidade das escolas estaduais de Salvador é chocante, salas de aula que parecem na verdade “saunas de aula”, pois não possuem ventiladores; muitas dessas salas estão mofadas, colocando em risco a saúde dos alunos; ainda há escolas com a estrutura física bastante comprometida e, não bastando tudo isso, estão tomadas pelo mato.
Essa falta de manutenção ocorre porque muitas escolas não recebem verbas desde agosto do ano passado, inviabilizando de as diretorias gerirem as escolas e garantir um bom funcionamento. Nas escolas que oferecem ensino técnico, os laboratórios não funcionam por falta de material ou por não possuírem professores especializados, o que, somado à demissão dos funcionários, acarretou na diminuição da carga horária, implodindo o funcionamento em tempo integral da escola.
Diante de todos estes problemas o governo estadual da Bahia deveria rever sua propaganda de “eu amo a escola pública” por que, além de suas ações não mostrarem isso, não é só de amor que se mantem uma escola.
O Movimento Rebele-se, a UJR e os Grêmios Estudantis têm clareza que essa luta apenas se iniciou e já estamos preparando um calendário para continuar as mobilizações porque só assim, com a união e a luta dos estudantes e dos trabalhadores da Educação, poderemos garantir qualidade na Educação Pública.
Fernando Alves, militante do Movimento Rebele-se Salvador e da UJR