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sábado, 16 de novembro de 2024

Rolezinho Contra o Apartheid mobiliza centenas de pessoas em Maceió

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Centenas de jovens, artistas, professores(as), militantes dos movimentos sociais e coletivos de cultura ocuparam a chamada Rua Fechada, na Praia de Ponta Verde, em Maceió, para realizar o Rolezinho Contra o Apartheid. A manifestação foi convocada em resposta a atitude fascista e segregacionista dos donos de bares da Praia de Ponta Verde, que diante da chegada da alta temporada do turismo, querem promover uma “limpeza étnica na orla da cidade”, impedindo que o povo pobre, que mora na periferia tenha acesso à praia.

Na realidade, essa prática, que tem por objetivo restringir o acesso do povo a praia, já vem acontecendo, pois, para as elites da região, a orla deve ser exclusividade dos ricos e turistas. Em setembro, numa operação “propagandística”, a PM, sem qualquer motivo, deteve 150 jovens que frequentavam a Rua Fechada (a rua recebe esse nome pois aos domingos ela é fechada para carros e se torna exclusiva para banhistas e pessoas que realizam atividades de lazer). No dia 17 de dezembro, a mesma PM, mais uma vez de maneira autoritária, encerrou um luau que acontecia na mesma praia de Ponta Verde, expulsando mais de 50 jovens do local.

Convocado pelas redes sociais, o Rolezinho Contra o Apartheid mobilizou pessoas de todas as partes da cidade e foi marcado pela forte expressão da população que luta pelo fim da opressão social e étnica. A combatividade e a alegria da juventude legitimaram um verdadeiro grito de liberdade. O ato foi marcado por forte expressão da arte, com poesia, dança e intervenções de vários coletivos culturais, a exemplo do Coletivo Invasão Piegas, Coletivo de Maracatu Afro Caeté e a Banda Afro Dendê. Além disso, merece destaque a presença de membros das torcidas organizadas do CRB e do CSA, Comando Vermelho e Mancha Azul, respectivamente, que participaram da manifestação de maneira unida e pacífica para denunciar a violência policial sofrida quando querem ir a praia. Os partidos PCR, Unidade Popular, PCB, PCO, PT e PSB, deixaram sua mensagem na manifestação, numa grande ação unitária da esquerda.

Para Magno Francisco, um dos organizadores da Manifestação, “o Rolezinho Contra o Apartheid foi um grito de liberdade do povo pobre e negro, que mora na periferia. Maceió é o reflexo de um profundo abismo social que separa os ricos e os pobres, é a capital do país que reúne os piores índices sociais. Sendo a única política das elites, do Prefeito Rui Palmeira, PSDB, do governador Renan Calheiros e do PMDB, para o povo é a violência e as balas da Polícia Militar. A exclusão social é gritante e está por toda parte, a luta contra esta postura racista das elites e dos governantes é o início de um grande movimento por inclusão social, para que Maceió seja para todos e todas e não uma fachada para os(as) turistas”, afirmou.

O ano de 2017 está chegando com uma grande expectativa de novas lutas em Maceió. Certamente o povo não aceitará calado, nenhuma política segregacionista e seguirá realizando novas manifestações, ocupando as ruas e as praças, construindo uma nova história.

Redação Alagoas

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