A cada 25 minutos, morre um jovem negro e pobre no Brasil, vítima da violência. Ou seja, são aproximadamente dois jovens negros mortos por hora, 48 mortos por dia, 336 mortos por semana, 1.344 mortos por mês. Esse é um número igual ou maior que o de muitas guerras que acontecem pelo mundo. Em Belém-PA, diversos jovens, negros, pobres e da periferia estão entrando para essa triste estatística.
Em 2014, por exemplo, cerca de seis adolescentes negros foram executados no bairro de Icoaraci. Em novembro deste mesmo ano, foram mais de dez jovens negros assassinados em diversos bairros da capital paraense.
A mais recente violência aconteceu no dia 20 de janeiro de 2017, quando aproximadamente 35 adolescentes e jovens negros foram cruelmente exterminados na capital e no interior do Estado após a morte de um policial da Rota durante o seu serviço militar.
Nas periferias de Belém circula um carro prata responsável por vários assassinatos todos os anos, em especial quando morrem policiais militares. Há muitas suspeitas que o tal carro faça parte da polícia de extermínio do Governo do Estado. Incapaz combater de forma coerente as desigualdades sociais, responsáveis pelo aumento da criminalidade, o governador prefere investir no assassinato da juventude ao invés da infraestrutura das escolas.
Drogas continuam matando a juventude
As drogas são as principais responsáveis pelas chacinas. Os governos dos estados realizam matanças para dizer que combate a criminalidade enquanto que os verdadeiros responsáveis pela violência e o trafico de drogas lucram cada vez mais.
Em 2012, de 50.000 assassinatos, 30.000 foram jovens, negros e periféricos. Isso ocorre pela guerra que é travada nas favelas e periferias do país. A produção dessas drogas é unicamente para o lucro de uma ínfima minoria, vendem as drogas, mas também vendem armas, balas, recebem propina, combustível para o transporte…
Nas Filipinas a guerra às drogas matou 1,8 mil pessoas em dois meses. O Relatório Mundial sobre Drogas da ONU, de 2014, divulgou que 243 milhões de pessoas no mundo, ou seja, 5% da população usa drogas ilícitas. O mesmo estudo divulgou que apenas um em cada seis usuários tem acesso ou recebe tratamento.
Em 2014, 71% das mortes externas (de causas não naturais) foram de jovens, quando se trata da juventude negra visualizamos uma poça de sangue. De 2002 a 2011, o assassinato da juventude negra subiu de 63% para 71,9%, enquanto que os jovens brancos desceram de 36,7% para 22,8%; para cada jovem branco assassinado, 2,7 jovens negros são assassinados. Em Alagoas, para cada 20 jovens negros assassinados, um jovem branco é assassinado. Quando colocamos essas mortes no gatilho da PM, ela mostra a sua face racista. De cada 10 jovens assassinados pela PM, sete são negros; 38% da população carcerária é de jovens e 60% são negros.
O genocídio da juventude negra existe é um fato que não pode ser negado. Cabe a cada um de nós continuarmos lutando contra o racismo e contra a discriminação pela cor da pele em nosso país. Nossos jovens não podem ser assassinados por serem negros e pobres.
Israel Souza – UJR
1) Por que as Igrejas não divilgam estes dados?
2) Repararam que o a ecatombe pratocada contra negro AUMENTOU ultimamente? Será que o golpe tem algo a ver com isso?