Morreu no último dia 11 de abril, o estudante de 21 anos Edvaldo da Silva Alves. O jovem foi baleado covardemente por um policial militar durante um protesto dos moradores de Itambé, interior de Pernambuco.
O protesto pacífico, que ocorreu no dia 17 de março, exigia mais segurança para os moradores da cidade, que estavam sendo vítimas constantes de assaltos. Ironicamente, os policiais que foram ao local, ao invés de atenderem ao pedido da população de garantir mais segurança, trouxe mais mortes: mesmo sem ameaça alguma ou qualquer tentativa de agressão por parte dos manifestantes, os policiais atiraram a queima roupa no rapaz, atingindo seu testículo. Não satisfeitos, os policiais arrastaram o jovem, batendo em seu rosto e o jogando na caçamba do carro da polícia.
Veja o vídeo do momento do ataque:
https://www.youtube.com/watch?v=Pm3SqDZuwbc
Edvaldo foi levado para o pronto socorro e encaminhado posteriormente para o Hospital Miguel Arraes, na região metropolitana de Recife, ficando internado na UTI por 26 dias, mas não resistiu, morrendo em consequência de uma infecção.
O jovem foi sepultado no dia 12, após um cortejo pela cidade em homenagem ao rapaz. A despedida foi marcada pela indignação dos moradores e familiares, que não aceitam a forma cruel como Edvaldo foi assassinado.
Segue abaixo nota da Ares, Uespe e UEP, lida no enterro de Edvaldo:
Não à violência policial contra a juventude!
Punição para os assassinos de Edvaldo Alves.
No dia onze de abril faleceu Edvaldo Alves da Silva, vítima inocente da truculência da Polícia Militar de Pernambuco. Edvaldo tinha apenas 21 anos e era estudante da zona rural no município de Itambé, interior do estado.
Como estudante consciente, zeloso em dar sua contribuição para a melhoria da sociedade em que vivemos, Edvaldo tomou parte numa manifestação pacífica realizada em sua cidade no dia 17 de março, que pedia mais segurança na Zona da Mata Norte onde têm crescido o número de assaltos, estupros, assassinatos e violência de todo tipo que vitima os cidadãos mais pobres, que não dispõem de aparatos de segurança privada.
Quem de nós não daria razão ao jovem estudante Edvaldo em suas justas reivindicações? Certamente, todos em sã consciência!
Para a surpresa de todos os presentes, quando Policiais Militares finalmente apareceram, chegaram com o intuito de coibir a ação dos manifestantes.
Após proferir ameaças, sob o comando direto de um superior, um soldado desferiu um disparo que atingiu nosso colega Edvaldo Alves na virilha.
Não bastasse, a extrema violência, com requintes de tortura, Edvaldo foi arrastado, todo ensanguentado e jogado na carroceria de uma viatura.
Edvaldo veio a falecer. Lamentavelmente, não conseguiu se recuperar dos ferimentos depois de 26 dias de internação.
Poderia ter sido qualquer um de nós que luta pela melhoria da sociedade em que vivemos; qualquer um que deseja mais segurança, mais saúde ou mais educação. Nem Edvaldo e nem ninguém pode ser tratado dessa maneira, principalmente pelos agentes do Estado!
Queremos justiça para Edvaldo.
Exigimos do Governador Paulo Câmara que cuide da segurança das pessoas e não somente da dos ricos, como tem feito até agora, restando às populações mais carentes a violência, inclusive a praticada pela própria polícia.
Além do sofrimento pela perda de um ente querido, o irmão de Edvaldo está sofrendo ameaças por pedir a apuração do caso. Qualquer atentado à vida do seu irmão cobraremos como tendo sido obra da PM, do Governador Paulo Câmara.
Os assassinos de Edvaldo precisam ser punidos para que esse mal exemplo jamais se repita!
Redação Pernambuco