Entre os dias 22 e 26 de maio, ocorreu na Universidade Federal Fluminense (UFF) a eleição para o DCE Fernando Santa Cruz e para escolha dos delegados ao 55º Congresso da UNE. A disputa se deu entre a atual gestão, representada pela Chapa 1 – Pra fazer acontecer (UJS/PT/Muda Mundo (liberais)/DAs da Engenharia), e a oposição unificada na Chapa 2 – Quem não é, não se esconde (Rua/UJC/Correnteza/Vamos à Luta/Coletivo Construção/Juntos/Mais/PSTU/JCA), que vem construindo nos últimos anos as principais lutas e mobilizações dentro da universidade. Havia ainda uma terceira chapa, composta pelo Levante Popular da Juventude e Articulação de Esquerda.
As eleições foram bastante por ataques pessoais e ameaças aos militantes da oposição, agressões e tentativas de impedir que os estudantes do Instituto de Ciências, História e Filosofia (ICHF) votassem.
Porém, mesmo com todas as tentativas da atual gestão do DCE (UJS/PT) de manipular as eleições e impedir que os estudantes pudessem escolher livremente a nova diretoria da entidade, a campanha da Chapa 2 cresceu e conquistou um grande apoio em todos os cursos.
Nossa campanha priorizou a denúncia dos problemas da assistência estudantil na UFF, onde apenas 4% dos estudantes recebem algum tipo de bolsa, levando a uma evasão de 20% por ano. Além disso, realizamos uma grande agitação em defesa de que 100% da verba recebida pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) fosse investida na construção de bandejões e moradia estudantil em todos os oito campi da UFF.
Deu certo, e a Chapa 2, da Oposição de Esquerda, venceu com 4.603 votos, contra 4.350 da Chapa 1 e 326 da Chapa 3, trazendo, depois de cinco anos, o DCE de volta para a luta dos estudantes. Ainda elegemos 52% dos delegados da UFF ao Congresso da UNE.
Esta vitória numa das mais importantes universidades do país, com forte tradição no movimento estudantil, demonstra que é possível derrotar o imobilismo e a conciliação de classe em cada universidade do país e reconquistar nossas entidades para a luta da juventude.
Juliana Alves e Diogo Valente, militantes do Movimento Correnteza na UFF