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sábado, 23 de novembro de 2024

“A coleta da UP é uma atividade que dará muitos frutos”

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O jornal A Verdade entrevistou Jailson Davi Nunes dos Santos e Natália Lúcia Barbosa Carneiro, militantes da Unidade Popular (UP) em Pernambuco, que, juntos, coletaram 2.549 assinaturas de apoio apenas no mês de julho.

Os dois fazem parte da Comissão Fixa de coletas da UP em Recife e são hoje os militantes que mais coletam fichas diariamente. Ambos começaram sua militância na União da Juventude Rebelião (UJR): Jailson, 28 anos, foi diretor da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe) e hoje faz parte do Movimento Luta de Classes (MLC); Natália, 25 anos, foi diretora em duas gestões da União dos Estudantes Secundaristas de Jaboatão dos Guararapes (Uesj) antes de ser tesoureira da Uespe; militou em várias cidades da Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata Norte e Garanhuns, e hoje integra o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

“Enquanto militante do MLB, estudo mais sobre política, coisa que eu não entendia muito. Com isso, vemos que os partidos que existem hoje não defendem de fato a classe trabalhadora. Defendem o capitalismo, a burguesia, e, ao longo do tempo, vemos que não há como conciliar, defender as duas classes. A Unidade Popular tem propostas da linha socialista, defende realmente a classe trabalhadora. E a ideia de construir a UP com os movimentos sociais do nosso país é uma forma muito acertada da política que a gente precisa ter no Brasil”, afirmou Natália.

Para Jailson, a conjuntura atual deve servir de exemplo para mostrar ao povo a necessidade de buscar uma alternativa. “Estamos passando por uma situação muito difícil para a classe trabalhadora, em que a cada dia mais e mais direitos estão sendo retirados pelos patrocinadores do golpe, os que financiaram as campanhas da maior parte dos partidos e querem continuar no poder, usufruindo dos benefícios que o Estado coloca para as elites”, afirmou.

Uma das coisas que impulsiona o grande número de assinaturas desses companheiros é a existência, em Recife, de uma Comissão Fixa responsável por coletas diárias no Centro da cidade, em estações de metrô e integração de ônibus. Para Natália, isso foi fundamental para que alcançasse esses números. “Quando eu não era da Comissão, eu pegava menos assinaturas. Fazer parte me fez ter uma perspectiva porque a comissão estipula uma meta diária. Isso é uma determinação que a gente vem criando no dia a dia das coletas”. Para ela, o contato com o povo também é um estímulo para construir a UP. “A experiência das pessoas, estudantes, trabalhadores, pessoas que não têm moradia, que relatam seus problemas. Isso faz a gente fortalecer nossa militância e se fortificar em construir a UP”.

Para Jailson, a realidade do nosso povo também é um incentivo para bater recordes de coleta. “Precisamos, sempre antes de fazer qualquer coleta, pensar na situação que o povo brasileiro vive, que nós mesmos enquanto militantes vivemos, a desigualdade, a violência, tudo o que tem de mazela na sociedade. Temos que enxergar isso antes de fazer qualquer coleta. Entender que não é só mais uma ficha, não é só mais uma atividade burocrática, mas sim que é uma atividade que vai dar muitos frutos”.

Mas a experiência da Comissão Fixa auxilia não apenas seus membros, e sim o conjunto de militantes que participam das coletas, avalia Natália:  “Quando a Comissão participa, as pessoas se sentem mais motivadas a recolher assinaturas. Se temos uma Comissão diariamente, isso estimula mais pessoas a participarem e isso faz com que a gente pegue mais contatos. Também ajuda na propaganda, pois as pessoas veem a UP com mais frequência e com mais gente nas ruas”. Isso tem ficado claro em Pernambuco, quando alguns militantes se alçam a coletar mais assinaturas que a Comissão Fixa, nos chamados Sábados Vermelhos, criando uma competição saudável. “Quem faz movimento social sabe que dependemos de nós mesmos para fortalecer o movimento. Só vamos conseguir construir a UP se tivermos determinação e se colocarmos a cara à tapa. A UP traz propostas muito importantes para nosso país e as pessoas vão se fortalecer mais”, afirmou Natália.

“Precisamos acabar com a dispersão durante as coletas, ter foco. Também utilizar discursos pequenos, mas com firmeza, segurança na hora de abordar as pessoas, que as convença, colocar que precisamos fazer alguma coisa para mudar nossa situação e a UP se propõe a isso”, disse Jailson.

Em 11 meses de campanha, a UP já conquistou mais de 300 mil assinaturas em todo país, graças à garra e empenho de companheiros e companheiras como Natália e Jailson, que se dedicam a construir uma nova sociedade. Com a determinação da militância, a Unidade Popular será uma realidade em breve no Brasil.

Ludmila Outtes, Recife.

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