O município do Rio de Janeiro conta atualmente com doze maternidades e apenas uma casa de parto, que fica localizada no bairro de Realengo, na Zona Oeste. A Casa de Parto David Capistrano Filho, inaugurada em 2004, já acompanhou o nascimento de mais de três mil crianças e é a única de todo o estado.
A assistência humanizada do pré-natal, com a preparação de toda a família até depois do parto, faz com que a Casa seja considerada uma instituição de excelência, tendo recebido diversas homenagens, inclusive de parlamentares.
Mas, apesar disso, não escapou do descaso da prefeitura. Sua estrutura vem sendo sucateada ano após ano. Reagindo a isso, um grupo de pais e mães da Casa de Parto, além de profissionais da área, organizou um mutirão de reforma e criou a Associação Rede de Apoio à Casa de Parto David Capistrano Filho (ReParto).
O ato de defesa da Casa aconteceu no dia 19 de agosto, quando as grades do local foram pintadas e uma horta foi plantada no terreno. Nesse mesmo dia, a ReParto elegeu sua primeira diretoria, que está comprometida de estar junto da Casa e, principalmente, fiscalizar e cobrar do poder público a manutenção e ampliação do modelo de assistência que prioriza a dignidade humana.
A repercussão dessa mobilização foi tão grande que a prefeitura se comprometeu a realizar uma reforma geral na Casa e hoje já existe um edital em andamento para isso. Num momento em que a prefeitura do Rio de Janeiro anuncia o fechamento de diversas Unidades Básicas de Saúde (clínicas da família), é uma enorme vitória garantir que o espaço da Casa de Parto seja preservado.
A luta da ReParto é pela vida das mulheres, bebês, pelo SUS humanizado e a garantia de saúde pública de qualidade para todas e todos!
Danielle Ramos, militante do Movimento de Mulheres Olga Benario e mãe de Camilo e Havana, nascidos na Casa de Parto