No dia 25 de Agosto de 2017, o coordenador do curso de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul publicou a Resolução que confirma e institui as cotas para negros, indígenas e refugiados. Do total de vagas, tanto do mestrado quanto do doutorado, 20% serão reservadas. Essa vitória resulta de quase um ano de constantes lutas e articulações dentro do programa – para garantir acesso igualitário, justo e democrático para todas e todos.
Em Janeiro, o primeiro relatório solicitando a criação de uma comissão de ações afirmativas foi finalizado junto com a representação discente do curso e representantes do movimento negro da Escola de Administração. Em seguida, foi entregue para a comissão coordenadora. Ainda em Fevereiro, o coordenador instituiu a comissão solicitada, e durante o mês de Março os dados do perfil socioeconômico foram coletados. Mais de 150 alunos participaram do processo, que mostrou apenas 8% de participação de negros, pardos, e indígenas no curso.
Com esses dados, um novo relatório foi escrito pela Comissão de Ações Afirmativas, e encaminhado para a Comissão Coordenadora do curso. No relatório final, o encaminhamento era pela necessidade de instituição de um programa de seleção contendo cotas de no mínimo 20%. Apesar de diversos comentários contrários entreouvidos nos corredores e salas da instituição, e depois de reuniões da comissão com atritos esperados, o resultado final foi a aprovação e implementação das cotas.
Sabendo que o ambiente da Escola de Administração da UFRGS é historicamente conservador, uma Comissão de acompanhamento também foi instaurada, para observar todo o processo de seleção e emitir um parecer ao final do processo seletivo. Não podemos baixar a guarda em momento tão crucial!
A vitória veio, mas a vigilância contra ataques conservadores e retrocessos continuará.
Redação Porto Alegre