No dia 11 de Abril de 2018, enquanto a conjuntura do país se girava para a prisão do ex-presidente Lula, a repressão não tardou em organizar uma ofensiva aos que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária. Neste dia, a Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, realizou um mandato de busca e apreensão na casa de 2 militantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) da cidade de Passo Fundo. O objetivo principal da operação é de enquadrar os militantes como organização criminosa.
Por volta das 10 horas da manhã, a Polícia foi à casa de Verá, cacique de aldeia Kaingang que constrói a Unidade Popular (UP). Foi também à casa de Fernanda Pegorini, advogada do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e que trabalha para movimentos sociais e populares da região norte do Estado, sendo ela uma defensora da causa da retomada de terras indígenas.
Os dois companheiros receberam em suas casas a visita da Polícia Civil com um mandato de busca e apreensão. A repressão buscava relacioná-los a uma reintegração de posse do dia 19 de fevereiro. Como resultado da reintegração, a Brigada Militar está sendo acusada de tortura, após um idoso de 89 anos ter recebido 12 tiros de bala de borracha a queima roupa.
O companheiro Verá relatou a situação: “Eu tinha saído de casa para uma entrevista de emprego, quando minha companheira me ligou dizendo que a Polícia estava lá em casa procurando armas e munições”. Segundo relatos de sua companheira Lucy “eles entraram e reviraram toda a casa, o resto dos parentes ficaram assustados, assim como as crianças”.
Tal fato ocorre pouco antes de completar-se um mês da morte de Marielle Franco, vereadora carioca que se destacou por seu trabalho em comunidades vulneráveis e denunciando abusos e assassinatos policiais.
São inúmeros e inesquecíveis os casos em que ativistas sociais são assassinados em nosso País e na América Latina. De fato, o Brasil está entre os quatro países onde mais são assassinados lutadores sociais e ambientalistas no mundo.
Contudo, por mais que tentem assassinar nossos lutadores e lutadoras, “o novo sempre vem”, como cantaria Elis Regina. Com o novo, revelam-se também mais e mais filhos e filhas do povo dispostos a combater toda e qualquer forma de injustiça!
Não podemos aceitar que a repressão e o fascismo se apoderem do Estado. Tampouco que prendam nossos militantes por lutarem por direitos. Como resposta, temos intensificado nossas coletas para a legalização da Unidade Popular (UP) com o objetivo agora de denunciar o fato. É necessário termos atenção frente a essa conjuntura.
Contra os ataques as Comunidades Indígenas do Norte do Estado
Não a perseguição aos que lutam por um mundo mais justo!
Redação Rio Grande do Sul