Privatização da Eletrobras no Piauí gera aumento da conta de 12,64%

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A Cepisa foi a primeira distribuidora da Eletrobras a ser vendida, como parte do pacote preparado pelo Governo Temer. Em julho, a Equatorial venceu o leilão e assumiu o comando da empresa. A companhia foi leiloada no dia 26 de julho de 2018. Na ocasião, a Equatorial Energia foi a única proponente, com lance de apenas R$ 45.521,52.  Além da Cepisa, a Equatorial administra as distribuidoras Companhia Energética do Maranhão (Cemar) e a Centrais Elétricas do Pará (Celpa).

A empresa Equatorial, no período do leilão, prometeu que reduziria as contas de energia em 8,5%. Após tomar posse, invés de reduzir, aumentou, em média 12,64%, no dia 02 de dezembro. Para os consumidores residenciais e comerciais, atendidos em baixa tensão, o reajuste médio será de 12,40%. Já para os consumidores industriais, atendidos em alta tensão, o reajuste médio será de 13,61%.  O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Piauí (Sintepi), Paulo Sampaio, afirmou: “Queremos o cumprimento do contrato de concessão, que está sub judice, pelo qual tanto a Equatorial quanto a Eletrobras se comprometeram em reduzir a tarifa de energia no Piauí em 8,5%, registrada em discurso no dia do leilão de venda. Esse aumento de 12,64% não pode ser concretizado sem que o governador do Piauí, os deputados e o Ministério Público Estadual se pronunciem o quanto antes”.

A Cepisa atende cerca de 1,3 milhão de unidades consumidoras. Uma destas é a residência da comerciante Antônia Gilmeire, morada do bairro Nova Brasília. “A minha energia sempre vem cara, de 300 reais pra lá. Tenho até talão de 481 reais. Não vou ficar sem comer pra pagar energia não. Só nesse mês a minha energia foi cortada duas vezes e eles ainda queriam levar os fios. Fiquei com muita vergonha e pode ter certeza que essa situação vai piorar”, relatou.

Como se não bastasse, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a Equatorial a preparar estudo de revisão tarifária dentro de 45 dias, com previsão de mais um aumento para março de 2019.

O futuro governo de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, vem colocando que a solução para o país é privatizar as estatais. E pretende privatizar a Eletrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, entre muitas outras. Toda esta decisão em privatizar é por serem representantes de grandes empresários que sonham em assumir todas estas empresas para aumentar ainda mais seus lucros em cima dos trabalhadores.

A empresa Equatorial, só em 2017, teve lucro líquido declarado de R$ 997,3 milhões, valor 40% acima do ganho de R$ 712,2 milhões no exercício encerrado em 2016 (Valor Econômico 09/03/2018).

Os brasileiros sabem o prejuízo das privatizações, pois sete em cada dez brasileiros são contrários às privatizações, segundo o Datafolha, em pesquisa de 2017. É necessário fortalecer as denúncias sobre as privatizações e aumentar a pressão para que a vontade da população prevaleça. Basta de privatizações, aumentos abusivos e péssimos serviços!

Alexandre Ferreira, Teresina