O orçamento previsto para 2019 indicava um salário mínimo de R$1.006,00, no entanto, Jair Bolsonaro baixou para R$998,00, demonstrando que seu governo quer mesmo o menor salário para os trabalhadores e não se preocupa com as famílias mais pobres. O decreto assinado reforça ainda a reforma trabalhista, indicando que o salário em questão corresponde a R$4,54 por hora.
A política do aumento do salário deve levar conta o aumento do PIB de anos anteriores e acrescentar o índice da inflação, medida pelo INPC. O salário deveria aumentar de acordo com o crescimento do PIB de 2017, de apenas 1%, e acrescentar a inflação. Este já seria um menor aumento, devido ao baixo crescimento do PIB, mas Bolsonaro deu um jeito de piorar mais para a classe trabalhadora. Ele estimou a inflação abaixo do que havia sido indicada no orçamento, fazendo com que reduzisse ainda mais o salário mínimo. Este é o pior salário mínimo dos últimos 24 anos.
Uma vergonha arrochar os mais humildes desse jeito, na medida que aumentaram muito a remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), 16,38%, gerando um aumento real nos gastos públicos de R$38 bilhões, 14% acima da inflação. Os salários do supremo eram de R$48.500,00 mil por mês, e passaram para R$56.400,00, incluído o auxílio-moradia de R$4.300,00, que foi mantido, excluindo apenas para os que possuem moradia e os que são casados com juízes e recebiam o auxílio dobro.
O presente de ano novo é amargo, mas é apenas o início das maldades a serem promovidas por Bolsonaro, que pretende o mais rápido atacar os trabalhadores para promover a Reforma da Previdência. Com a prioridade em aumentar a idade para aposentadoria, com o único discurso que quer promover ajustes. Como podemos ver é um governo que representa a “pátria dos empresários e dos banqueiros”, que quer garantir o pagamento da famigerada dívida pública e entregar as empresas estatais.
Buscam promover uma polarização ridícula para manter o povo iludido, se passando pela defesa da “Família e de Deus”, quando na prática pretendem tirar dos pobres para dar aos ricos. Essa é a única família deles: os empresários e banqueiros; toda essa família unida para tirar o salário dos trabalhadores. Os trabalhadores não devem se iludir, devem combater firmemente pelos seus direitos e começar o ano com muitas lutas por melhores salários, sem se deixar intimidar pela tentativa de colocar o terror naqueles que exercem seu direito de greve, que querem apenas defender o pão de cada dia.
Precisamos de um projeto para resolver os graves problemas do país que são a saúde, a educação e a moradia para o povo. No entanto, só fazem cortar os gastos públicos, principalmente os que incidem sobre o povo, quando na prática aumentam os gastos para beneficiar as elites do STF, com gasto extra de 14% acima da inflação, e o pior de tudo garantir a dívida pública a ser paga aos banqueiros internacionais, levando a um gasto quase 50% do orçamento da união. Reduzir o reajuste de R$1.006,00 para R$998,00 pode ser pouco, mas representa uma grave injustiça, pois os militares pretendem manter essa “ordem” que representa de fato o benefício para os ricos e os sacrifícios para a maioria do povo.
Wanderson Pinheiro, São Paulo