Uma pesquisa realizada no dia 14 de dezembro de 2018 pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) mostrou que as indústrias do Alto Tietê, apesar já do alto índice de desemprego no país, voltaram a demitir mais operários e operárias no último mês. O nível da estabilidade do emprego variou de forma negativa na região do Alto Tietê, -0,69% em novembro deste ano. Isso significa, na prática, a demissão de 450 trabalhadores e o fechamento dessas vagas de emprego só na região. Nas demais cidades do estado de São Paulo, o resultado também apresentou uma variação negativa, -0,67% também novembro, o que resulta no fechamento de 14.500 vagas de emprego.
Com o final do ano, e uma nova Hydra fascista se apossando do cargo de presidência em 2019, a burguesia e seus meios de comunicação buscam fazer um balanço do governo Temer, para assim criar expectativas para o próximo governo. O renomado jornalista da burguesia, Gaudêncio Torquato, declarou cinicamente na edição do dia 27 de dezembro do também renomado jornal mogiano “O Diário” que “Michel Temer deixará o Palácio do Planalto pela porta da frente”, pois seu governo deixou para Bolsonaro “um Brasil que navega em águas tranquilas” em comparação com “o buraco da administração petista”.
A classe operária observa ironicamente e com indignação essas declarações. Como e onde é possível viver em águas mais tranquilas tendo 14.500 vagas de empregos na indústria de transformação fechadas em um único mês, ou onde está a superação desse buraco da administração que a classe operária não vê e nem sente perspectiva de melhoras? Evidentemente que Gaudêncio Torquato não se trata de um analista social e sim de um observador de uma catalogação de dados, onde esses dados viciados não mostram em nada o que vive o(a) operário(a) brasileiro(a) em uma situação devastadora de desemprego como a atual, ou as dificuldades da classe operária em trabalhar dignamente com a aprovação da Reforma Trabalhista.
Para qual operário(a) Michel Temer sairia pela porta da frente do Palácio do Planalto? Nossas lutas incansáveis contra Temer ao longo de seu governo marcado pelo desemprego, por reformas terroristas, violência policial e militar nos dizem que esses 14.500 operários(as) que perderam seus empregos em novembro e passaram a viver à sua própria sorte, garantem com toda radicalidade que Temer sairia do Palácio do Planalto preso por perpetuar um golpe de Estado contra o Estado Democrático e por aprovar medidas governamentais contra os interesses da classe operária brasileira.
Por fim, é necessário que esses trabalhadores continuem apostando na sua própria força coletiva, organizada para assegurar o seu retorno aos postos de trabalho com seus direitos em CLT garantidos, para que tenham o mínimo de qualidade de vida. Ou seja, é necessário que a classe operária agora e no próximo ano continue marchando infatigavelmente para frente, marchando para todos os numerosos caminhos que levam à revolução socialista em nosso país.
Thales Franco Sellberg Caramante, São Paulo