Bolsonaro inicia o toma lá dá cá para aprovar a Reforma da Previdência. Pretende aprovar um conjunto de emendas para os novos parlamentares que antes não tinham mandatos e que normalmente só teriam esse poder em 2020. O valor que querem liberar é R$ 5 milhões no orçamento. Como 243 deputados, dos 513, foram eleitos em primeiro mandato, isso dará uma liberação de R$ 1,4 bilhão para esta legislação.
O detalhe é que os parlamentares “novatos” que receberão as emendas para indicar obras nos seus redutos, não terão nenhuma garantia que estas serão realizadas, pois serão emendas não impositivas, passiveis de liberação ou não pelo executivo. Assim serão chantageados para a liberação.
Esse valor acrescentado nos gastos públicos tem o único objetivo de realizar barganhas na véspera da votação da reforma da Previdência, se transformando num verdadeiro mensalão para os novos deputados.
Além disso estão planejando uma distribuição em massa de cargos do segundo escalão em órgãos federais nos estados. São os postos não concursados no Dnit, Funasa, Ibama, Incra, Correios, Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, superintendências da Agricultura, Conab e Geap. Estes, mais de mil cargos, estão sendo guardados especialmente para negociação com a base da direita no congresso, ávida por indicar nomeações.
O governo precisa angariar 308 votos de parlamentares, dos 513 eleitos, para aprovar a famigerada reforma. Ainda não conseguiram obter esse número, mas a pressão econômica aos deputados é enorme, envolvendo ainda empresários, banqueiros e agronegócio na promoção destas negociações para colocar toda a crise sobre os ombros dos trabalhadores.
Porém teremos muita luta para barrar esse crime de Bolsonaro e dos militares contra o povo. Neste dia 22 de março ocorrerão grandes manifestações contra essa reforma e no desencadear desse conflito teremos muitas greves, preparando uma greve geral. Não vamos permitir que roubem os nossos direitos!
Wanderson Pinheiro, São Paulo