No dia em que se completam 365 dias do assassinato da vereadora Marielle Franco, o povo ainda não conseguiu a resposta da pergunta: “quais foram os mandantes do crime?”. Desde essa atrocidade, em que também foi morto Anderson Gomes, Marielle se tornou um símbolo ainda maior de luta e resistência de mulheres em todo o Brasil e no mundo.
Hoje, dia 14 de março de 2019, o Movimento de Mulheres Olga Benário e ativistas feministas de Brasília rebatizaram a Ponte Costa e Silva como Ponte Marielle Franco. É inadmissível que nossos monumentos públicos, ruas, praças e pontes ainda levem o nome de presidentes que restringiram nossa liberdade de expressão, cassaram direitos do povo, torturaram e assassinaram opositores, inclusive mulheres que jamais fugiram da luta.
O Brasil é o único país da América Latina em que os crimes cometidos durante a ditadura civil militar não foram devidamente investigados e, principalmente, seus autores punidos. Isso alimenta a violência e a impunidade do Estado, como vemos hoje em dia, além de perpetuar uma cultura extremamente machista.
Resultado disto é que o “Brasil é o 5º país que mais comete Feminicídios no mundo: uma mulher é estuprada a cada 9 minutos, 60 mil por ano; apenas em 2018, foram vítimas de violência doméstica 606 mulheres por dia; só nas três primeiras semanas de 2019, foram 107 casos de feminicídio”*. Se 40% dos casos de assassinatos de mulheres foram dentro de casa com armas de fogo, o decreto presidencial das armas só agrava ainda mais a situação de violência brutal nos lares brasileiros.
Diante disso, lutar contra toda e qualquer forma de opressão e machismo é uma questão de sobrevivência para as mulheres, sementes de Marielle, por isso precisamos nos organizar para avançar rumo à construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
*Observatório da Mulher contra a violência
Movimento de Mulheres Olga Benário
Ativistas feministas de Brasília
União da Juventude Rebelião