Após tentativas de negociação com a direção do Metrô de São Paulo serem classificadas como “fake” pelo sindicato, categoria aprova estado de greve em assembleia.
Na mesa de negociação, a categoria propôs o que realmente é importante para os trabalhadores e as trabalhadoras do Metrô: melhorias nas condições de trabalho, investimentos em melhorias operacionais, contratação de mais funcionários, fim do processo de terceirização e privatização, política salarial condizente com o alto nível de especialização e responsabilidade que o transporte sob trilhos tem na cidade de São Paulo e o fim das injustiças que a empresa comete ao não equiparar o salário em várias funções. Já a empresa e o governo, não apresentam nada além da dilapidação do Metrô e a preparação para a privatização total da empresa, mesmo continuando a ser o serviço público mais bem avaliado em São Paulo.
O governador do estado de São Paulo, João Dória (PSDB), quer repassar um dos maiores patrimônios públicos do estado, mesmo sendo auto sustentável, para seus amigos empresários, não se importando em mudar o conceito atual que é de servir a população para o conceito do lucro máximo, que rege as empresas privadas.
Com o sucateamento do serviço, o governo do estado arrisca a vida de milhões de passageiros com medidas como a canibalização os trens (transferência de peças de trens novos que estão parados para trens que estão em circulação), a demissão de contingente, que deixa estações com pouquíssimos funcionários, sem falar nos atrasos de anos em obras milionárias, que, por fim, são entregues sem estarem prontas, arriscando a vida dos passageiros que precisam do transporte.
Os dirigentes da empresa que vão às reuniões de negociação não têm poder para resolver esses problemas, que não custariam muito, comparado com os milhões arrecadados com as passagens caras ou mesmo o dinheiro perdido em obras paradas e os casos de corrupção não apurados. Tais dirigentes se vendem para fazer o papel de marionetes e “seguir as diretrizes de que vêm de cima”.
Em assembleia na última quinta-feira (11), a categoria aprovou ESTADO DE GREVE a partir da meia-noite de hoje (12) e estratégias para aumentar o diálogo com o povo e debater a necessidade de melhorar o transporte. Uma delas será o “café com usuário”, que consiste em servir café com bolachas dentro das estações com distribuição de informativos e caixa de som.
Algumas das pautas da categoria são:
- Reajuste salarial de 4,30% (Dieese) e produtividade de 19,1% (média dos últimos anos relação usuários/funcionários);
- Reajuste de 19,1% no VA e VR;
- Equiparação Salarial;
- PR igualitária;
- Mais investimentos no Metrus;
- Manutenção do Adicional de Periculosidade;
- Readmissão do OTM II Joaquim José e nenhuma retaliação decorrente do acidente na linha 15;
- Não a terceirização das bilheterias. Venda de bilhetes e recarga do bilhete pelos OTMs 1. Treinamento de bilheteria para todos OTMs;
- Concurso público já para repor o quadro de funcionários diante ao aumento de passageiros.
Confira as resoluções aprovadas na assembleia:
- Entrar em ESTADO DE GREVE a partir das 00:01 de 12/04/2019;
- Utilizar coletes e adesivos da Campanha Salarial nos dias 15, 16 e 17;
- Realizar “café com usuário” nos dias 15/04, em Tatuapé, e em 16/04, em Jabaquara, ambos às 17h;
- Não aderir aos “quebra-galhos”;
- Participar do 1º de Maio Unificado, a partir das 10h, na Praça da República;
- Realizar nova assembleia no dia 17/04, após a próxima reunião de negociação.
Ricardo Senese, metroviário de São Paulo e militante do MLC