A ocupação da prefeitura de Belo Horizonte aconteceu por volta das 12:30 de maneira pacífica. Assim que os manifestantes chegaram, a prefeitura evacuou o prédio e cercou as pessoas que estavam lá dentro usando o batalhão de choque da Guarda Civil. Por volta das 14:00, o batalhão de Choque da Polícia Militar de Minas Gerais chegou à prefeitura.
O prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PHS), se recusou a negociar com as famílias do MLB, dizendo que só as atenderia quando o prédio estivesse desocupado e com data marcada.
O movimento, cansado de não ser recebido pelo prefeito, decidiu se manter dentro da prefeitura até que tivesse suas reivindicações ouvidas.
Mantendo sua posição intransigente, Kalil proibiu a entrada de advogados e chamou os companheiros Leonardo Péricles, Poliana Souza e Maura Rodrigues para uma reunião de negociação e em seguida mandou prendê-los.
Em entrevista ao Jornal A Verdade, Aiano Mineiro, militante do MLB disse que “A reunião na verdade se tratava de uma emboscada, os companheiros foram detidos e levados para o Ceflam 2”, que é uma delegacia da região.
A proposta do movimento é fazer um acampamento pela liberdade de Leonardo Péricles, Poliana e Maura.
O MLB está mobilizando os moradores de outras ocupações urbanas da cidade para uma vigília em frente à prefeitura de Belo Horizonte até a liberdade dos companheiros que foram presos por lutarem pelo direito de morar dignamente.
É inadmissível, mesmo sabendo que o Estado pertence à burguesia, e que apenas diz, da boca pra fora, prezar pelos princípios democráticos e de direito, a administração pública armar emboscada para prender quem luta. Os agentes estatais devem agir com transparência, e em situações de conflito, onde o estado chama movimentos sociais para negociação, é ilegal qualquer armadilha. Esse tipo de conduta, vindo da administração pública, só é possível com o avanço do fascismo, do estado policialesco que recai sobre todos aqueles que lutam.
REDAÇÃO SÃO PAULO
Em anexo, uma carta do militante Jahy Pronsato da Universidade Federal de Santa Catarina:
O importante é a gente ter consciência de que o Péricles é o nosso representante, o representante do nosso partido, um partido de luta, que representa a resistência e a coragem do povo. O Péricles representa isso, mas acima de tudo, nós também representamos nosso partido. A prisão dele é só mais uma manifestação do fascismo brasileiro, da militarização do governo, mais uma manifestação como todas as outras. Cabe a nós denunciar, criticar, lutar, resistir, mais do que nunca! Devemos mostrar a esses canalhas que nosso partido não é fraco, nossos movimentos não são fracos. Todo o apoio deve ser centralizado contra a prisão dos companheiros nossos, mas acima disso, contra a repressão que viemos sofrendo a muito tempo. Uma hora isso ia acontecer, imaginem só, um presidente de um partido revolucionário que nasce num governo fascista, com companheiros moradores de ocupação, ele mesmo um morador de ocupação, militantes que estão lado a lado do povo! Haveria repressão mais cedo ou mais tarde, como sempre se teve. Cabe a nós a resistência e a luta companheiros, cabe a nós a denuncia, o apoio, a raiva guiada para ações práticas que mostrem que ninguém está sozinho aqui, que todos vamos defender aquilo que acreditamos, independente de quem vier pra cima de nós!
RESISTIREMOS, COMO SEMPRE RESISTIMOS!
LUTAREMOS COMO SEMPRE LUTAMOS!
RESISTIREMOS, COMO SEMPRE RESISTIMOS!
LUTAREMOS COMO SEMPRE LUTAMOS!”