UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sábado, 20 de abril de 2024

Sarampo atinge professores da UNIP em São Paulo

São Paulo não havia registrado nenhum caso de Sarampo desde 2015, mas no final de março de 2019, a doença voltou quando um bebê de 5 meses recebeu o diagnóstico após retornar de uma viagem com a família para a Noruega. A notícia foi amplamente divulgada pela mídia em 1º de abril, mesmo dia em que outro caso de sarampo foi confirmado na capital paulista.  Contudo, a confirmação de sarampo em um professor da Universidade Paulista (UNIP) Tatuapé – que prefere não ser identificado – passou despercebida. Em 04 de abril, o segundo caso comprovado da doença foi midiatizado. Entretanto, esse não se referia ao docente, mas a um adulto que havia viajado para Malta.

Segundo outro professor da UNIP Tatuapé, André Muniz, houve uma ação muito rápida da Vigilância Sanitária e da coordenação da faculdade. Assim que os médicos certificaram-se de que o doente estava com sarampo, eles entraram em contato com a Vigilância, seguindo os protocolos obrigatórios da Coordenadoria da Vigilância em Saúde (Convisa). Em seguida, foi informado à faculdade, e representantes da vigilância foram até o local para realizar uma campanha de vacinação. Foi anunciado a todos os alunos e funcionários da instituição a necessidade de se imunizar contra a doença. A campanha começou no dia 02 de abril e terminaria dia 04 de abril, no entanto outro professor foi registrado com a doença e a campanha se estendeu durante a semana seguinte, de 08 a 12 de abril. Até o momento, apenas dois professores foram confirmados com a doença e outro docente está com suspeita, mas não há nenhum registro de sarampo nos 16 mil alunos da instituição.

O episódio segue o protocolo do Ministério da Saúde:

  • Após a notificação é feita uma investigação do caso suspeito: busca dos dados clínicos e da investigação laboratorial junto aos serviços de atendimento;
  • Investigação epidemiológica: avaliação de deslocamentos do caso suspeito com intuito de desencadear medidas de prevenção;
  • Orientação de isolamento social do caso pelo período máximo de transmissão;
  • Vacinação seletiva; ou seja, vacinação dos não imunizados ou com esquema de vacinação incompleto para a idade após a avaliação do comprovante de vacinação das pessoas expostas em todos os locais frequentados pelo caso suspeito, tais como: residência, escola, unidade de saúde, meio de transporte utilizado em viagens no período de transmissão da doença, etc.;
  • Acompanhamento de todos os expostos para detectar o aparecimento de novos casos.

Os casos dos professores podem ser os primeiros autóctones – que se originam na região onde é encontrado, ou seja, o paciente não foi infectado por pessoas de outro país ou estado – na capital paulista. O primeiro professor contaminado havia viajado no final de semana anterior para Campos de Jordão, no interior de São Paulo. Entretanto como os sintomas da doença, geralmente, demoram entre 10 a 14 dias para aparecerem, ele pode ter desenvolvido a doença na capital.

Segundo o Dr. Marco Antonio Manfredini, “a gente tem que ter uma responsabilidade social e ética de não criar um terrorismo quando não tem necessidade”. Ele critica o cobertura que a mídia faz em surtos de doenças. “O caso da Febre Amarela foi muito emblemático em São Paulo no início do ano passado, porque criou-se uma comoção social injustificável”.

A reportagem tentou entrar em contato com a Secretária Municipal da Saúde de São Paulo e com a UNIP Tatuapé, porém até o momento não obteve resposta. Também houve a tentativa de entrevistar os professores contaminados pela doença, porém eles preferiram não conceder seus depoimentos.

Malu Mões, São Paulo

Outros Artigos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes