Delação demonstra a participação de alguns dos principais bancos do país em esquemas de lavagem de dinheiro das propinas em conjunto com a Odebrecht.
Em um processo de delação premiada, um ex-executivo da Odebrecht, Olívio Rodrigues Júnior, revelou a participação de dois banqueiros no processo de lavagem de dinheiro dos pagamentos de propina feitos pela empresa.
Entre os banqueiros citados, um deles é Álvaro Augusto Vidigal, que de 1991 à 1996, foi Presidente da Bovespa, principal mercado de ações do Brasil, e que atualmente é o atual diretor-presidente do Banco Paulista. O segundo banqueiro citado é Adolpho Mello Neto, dono do Trendbank.
Segundo o Ministério Público Federal, a articulação entre o Banco Paulista e a construtora movia cerca de R$ 48 milhões. Sendo investigada anteriormente durante a Operação Lava-Jato, três funcionários do banco ligados à Álvaro Vidigal já haviam sido presos.
“Sempre que existia alguma operação que seria de vultosa devolução, o dono do banco era comunicado e só era efetuada, [a operação], depois da autorização dele”, declarou Olívio Rodrigues.
O MÉTODO
Segundo a Polícia Federal, os banqueiros recebiam comissões em dinheiro da Odebrecht no Brasil através de efetuadas no exterior. E para trazerem o dinheiro de volta ao Brasil, os banqueiros lavavam.
Para garantir isso, os banqueiros abriam empresas e firmavam falsos contratos com o banco de Álvaro Vidigal. Logo após, lavavam o dinheiro na sede do banco e repassavam como se fossem prestações de serviços gerais que não existiam.
A NATUREZA CORRUPTA DA BURGUESIA
Interessante como a burguesia considera legal a sua necessidade de satisfazer um impulso natural de sua própria classe: Concentrar mais e mais capital em suas mãos. O centro da atividade dos bancos e dos banqueiros é a corrupção, pois como disse Bertold Brecht: “O que é roubar um banco comparado a fundar um?”.
A burguesia detém seu capital explorando a riqueza gerada pela classe operária, acumulando a mais-valia (trabalho não pago) retirada diariamente do valor gerado pelos trabalhadores no processo de produção.
Álvaro Augusto Vidigal e Adolpho Mello Neto, sendo protagonistas da lavagem de dinheiro com a Odebrecht, demonstram que é impossível os dirigentes da sociedade capitalista, e o próprio capitalismo, não serem todos corruptos. Faz parte do funcionamento desse modo de produção e da luta entre os burgueses para concentrarem a riqueza.
Torna-se necessário, portanto, liquidar toda a engrenagem desses sistema, se quisermos nos livrar inteiramente da corrupção. Isso só é possível com revolução socialista que exproprie os meios de produção e mude também a forma de distribuição da riqueza.