Na Itália, estivadores paralisaram os trabalhos após receberem ordens para carregar um navio de armas que seria utilizada pela Arábia Saudita contra o Iêmen.
ITÁLIA – Com o acirramento das relações militares entre a Arábia Saudita e o Iêmen, trabalhadores estivadores declararam greve nos portos italianos após receberem ordens de carregamento de um navio de armas para a Arábia Saudita, sendo uma clara e importante manifestação de Internacionalismo Proletário e solidariedade ao povo do Iêmen que atualmente sofre uma criminosa intervenção da Arábia Saudita em sua Guerra Civil.
O navio Bahri-Yanbu chegou com atraso no domingo (19) da Arábia Saudita ao porto de Gênova, por conta das manifestações dos estivadores que se tornou uma ampla greve em toda a categoria. Os trabalhadores do porto receberam apoio da comunidade dos Direitos Humanos, que também se posicionaram contra qualquer tipo de carregamento para a Arábia Saudita.
Até o momento, as greves e manifestações têm sido vitoriosas, segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGIL) e o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes e Cargas (FILTER). O Secretário-Geral do Sindicato, Genoa Branch, declarou que os trabalhadores sabem “que estão fazendo uma pequena contribuição para um grande problema de uma nação que é diariamente massacrada”.
Além disso, piquetes foram realizados em todos os portos da Itália, alguns sendo igualmente paralisados por conta da guerra. Isso demonstra que toda a categoria de estivadores no país está unificada contra o genocídio promovido pelo imperialismo no Iêmen.
A UNIÃO EUROPEIA E A GUERRA
Genoa Branch declarou também que “Nenhum estivador quer ser cúmplice do genocídio promovido contra a população do Iêmen”, segundo o relatório do sindicato, o Bahri-Yanbu já havia sido carregado com munição em Antuérpia, na Bélgica, no mês passado. Após esse carregamento, o navio se dirigiu ao Porto de La Havre, na França, onde também encontrou resistência dos defensores dos Direitos Humanos.
Segundo a Anistia Internacional, Bahri-Yanbu já está carregado o suficiente para promover um verdadeiro genocídio contra o Iêmen, pois, além de passar pelos portos já citados, o navio seguiu para os portos da Inglaterra e Espanha, mostrando o verdadeiro apoio da União Europeia no estabelecimento da guerra e como ela pode ser lucrativa aos estados imperialistas, fabricantes de armas.
A Anistia Internacional ainda informou que os estados que compõe a União Europeia participaram de até 607 carregamentos armamentistas com a Arábia Saudita, o que acumula um valor de 15,8 milhões de euros somente em 2016 e sendo a Grã-Bretanha, França, Espanha, Itália e a Bulgária os principais comerciantes de armas com a Arábia Saudita, outros países, incluindo Alemanha, Holanda e Noruega negociam armas com os Emirados Árabes, que também tomam parte na Guerra do Iêmen.