Estudantes, trabalhadores da educação, professores, técnicos, movimentos sociais e entidades ligadas à educação foram às ruas, neste último dia 15 de maio, em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, que vem sendo ameaçada pelas políticas de desmonte do Governo Bolsonaro.
A militância da Unidade Popular (UP), a Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet) e o Movimento Correnteza estiveram presentes desde cedo com confecção de cartazes para o ato, mobilização das universidades, escolas e institutos federais e ocupações de importantes rodovias.
Ao longo do dia, a maioria das capitais do Brasil estiveram ocupadas pelos manifestantes. Os atos unificados fazem parte da Greve Nacional da Educação, convocada após o anúncio do corte de 30% das verbas destinadas às instituições de ensino público e do ataque aos programas de extensão e pesquisa realizados nas universidades e institutos federais, os quais o ministro Abraham Weintraub classificou como “balbúrdia”.
Na prática, esse corte atinge o funcionamento das instituições de ensino, a permanência estudantil e coloca em risco, não só a educação de milhares de jovens da rede pública, como também o desenvolvimento tecnológico do país, haja vista que 90% das pesquisas nacionais são produzidas nas universidades públicas.
Como se não bastasse, Weintraub, alegou ainda que “se a gente conseguir passar a Previdência e voltar a arrecadação, volta o orçamento”, demonstrando uma tentativa clara de utilizar os cortes como chantagem para aprovação da cruel Reforma da Previdência.
A resposta dos estudantes a esse governo de milicianos, que usa a educação como moeda de troca para aprovar a Reforma da Previdência, foi uma greve com grande adesão da população. Segundo informações do Portal G1, ocorreram manifestações em pelo menos 198 cidades do país. Em São Paulo, 90% das Escolas Estaduaos aderiram à greve. Segundo a organização do ato, 400 mil pessoas ocuparam a Av. Paulista, uma das vias mais importantes da cidade.
Em entrevista ao Jornal A Verdade, Vivian Mendes, Presidente da Unidade Popular de São Paulo, disse que as manifestações do país inteiro serviram para mostrar que “nós não vamos aceitar que esse governo protofascista diga para nós quem tem direito ou não de estudar nesse país, nós não vamos aceitar nenhum passo atrás” e relembrou ainda os grandes heróis nacionais que foram mortos na ditadura militar resistindo para que pudéssemos defender nossos direitos e lutar por uma sociedade mais justa. Para Vivian, essa Greve da Educação é o indício da grande Greve Geral dos trabalhadores que está sendo chamada para o dia 14 de junho, em defesa da aposentadoria.
Esse grande Tsunami que tomou o país nessa quarta-feira, considerado até agora como a maior onda de protestos desde o começo do mandato presidencial, é apenas o começo da paralisação contra o governo corrupto de Bolsonaro, que tira do povo mais pobre, enquanto favorece seus laranjas e grandes banqueiros.
Jady Oliveira, Correnteza São Paulo