Corte de verba na educação vai diminuir qualidade do ensino nos Institutos Federais

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Foto: Jornal A Verdade


Desde o dia 15 de maio, alunos das universidades e institutos federais vêm protestando contra os cortes de verba na educação anunciados pelo Governo Bolsonaro.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que cortaria 30% da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal Fluminense (UFF) porque elas estariam promovendo “balbúrdia” nos seus campus e não teriam apresentado os resultados acadêmicos esperados.

Mas essas três universidades estão entre as 50 melhores da América Latina, segundo rankings internacionais, e melhoraram suas notas em 2018, na comparação com 2017. Logo em seguida o Ministério da Educação (MEC) anunciou que o corte se estenderia para todas as Instituições Federais de Educação.

Com a redução dos recursos, os institutos federais realizaram cortes em auxílios-moradia, alimentação e em pesquisas de campo. Alguns disseram estar sem dinheiro para pagar contas de água, energia elétrica ou de fornecedores e empresas terceirizadas, como de limpeza e segurança. Também disseram não saber se poderão funcionar plenamente no segundo semestre de 2019.

Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), os cortes de verba podem gerar a diminuição no tempo de formação dos alunos dos cursos técnicos integrados, que passariam a ter uma redução em sua carga horária de quatro para três anos de duração.

Caso confirmada, esta redução causará desprestígio ao profissional formado nestas instituições frentes ao mercado de trabalho, cada dia mais exigente, em razão da diminuição do seu conhecimento técnico. Sem falar nos prejuízos causados às pesquisas realizadas pelos Institutos, que sofrerão com a saída prematura de estudantes colaboradores.

Enquanto a Alemanha anunciou recentemente um investimento de 160 bilhões de euros para universidades e pesquisa, o Brasil continua sendo um dos países mais atrasados na educação. Nos últimos anos houveram conquistas com a criação de novas universidades e institutos federais, bem como a lei de cotas para negros e pardos e estudantes de escolas públicas que veio a diminuir as injustiças causadas pelo apartheid social.

Vivemos numa democracia, e isto significa que temos que lutar pelos nossos direitos, ou seja, exercer a cidadania que é a participação nas decisões que afetam a coletividade. Os estudantes compõem uma categoria que historicamente é defensora da educação pública, gratuita e de qualidade e, portanto, acreditamos que a nossa luta pode impedir que este governo fascista nos tome o direito à uma educação digna.

Devemos estar nas ruas e nas mídias, protestando contra qualquer tipo de ataque a educação. Devemos envolver e conscientizar toda a sociedade sobre o quanto o corte de recursos é ruim para a formação profissional e cidadã. Nós, estudantes, devemos resistir e nos unir cada vez mais em defesa dos nossos direitos.

Tayná Evangelista
Estudante do IFRN
Movimento Todas as Vozes