Greve dos Servidores do Judiciário completa uma semana

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A Greve iniciada em 20 de agosto tem como principal reivindicação a reposição inflacionária, negada aos servidores durante 3 anos.

Welfesom Alves, Unidade Popular Pelo Socialismo (UP).

Foto: Divulgação / MLC

TRABALHADOR UNIDO – Assembléia vota pela continuação da greve dos servidores do Judiciário no Pará. 


PARÁ – O Sindicato dos Funcionários do Poder Judiciário do Pará (SindJu) com o apoio do Movimento de Luta de Classes (MLC), segue garantindo a continuidade da greve dos servidores, iniciada há uma semana.

Segundo Thiago Ferreira Lacerda, que é presidente do SindJu: “Isso é a prova que a gente não pode nunca desacreditar da luta, o que aconteceu nos anos anteriores é que ninguém acreditava que o servidor teria força de se levantar e lutar mas o sindicato sempre acreditou e isso nos motivou e o que era necessário era uma direção mas que a vontade de lutar estava sempre ali”.

Os servidores estão em luta pela reposição inflacionária, uma vez que a inflação alcança cerca de 4% e o reajuste apresentado pelo Tribunal de Justiça para os servidores é de apenas 2%: “Isso como símbolo da valorização e do respeito que a gente exige, mas tem também questões de assédio moral, melhoria nas condições de trabalho, segurança, saúde no trabalho, que são pautas muito importantes”, completa Thiago.

Ontem (28), ao se aproximar do meio-dia, com a adesão de comarcas do interior do Estado como de Santa Isabel do Pará e Ananindeua, o movimento entrou no estacionamento do Tribunal de Justiça com palavras de ordem dizendo: “É greve, é greve, é greve, é greve, é greve, até que o TJ pague o que nos deve”.

Ao chegar no prédio, os servidores foram impedidos de entrar por ordem do presidente do Tribunal em exercício, uma vez que o titular estava viajando. No mesmo momento a resposta foi de que não sairiam sem uma resposta do presidente agendando uma reunião para recebê-los.

Após muitos tensionamentos com a segurança, o presidente do sindicato e a vice-presidente Danyelle Rodrigues Martins conseguiram entrar e agendar uma reunião para a sexta-feira, dia 30 de agosto, onde será realizada a primeira negociação com o movimento grevista: “Essa atitude de fechamento de diálogo, de truculência, é algo que faz com que o trabalhador perceba como ele é tratado, os mesmos trabalhadores que fizeram um concurso concorrido, estudaram bastante para passar e hoje são impedidos de entrar na casa demonstra o tratamento com os servidores e isso se reflete em outras categorias. Então enquanto tu estás produzindo tu és interessante mas quando tu te indignas com alguma situação tu és descartado”, disse Danyelle.

A servidora de Santa Isabel do Pará, Leslie Batista, agradeceu o MLC e a Unidade Popular (UP) por sua contribuição na greve: “Queria agradecer à Unidade Popular pelo Socialismo, o Movimento Luta de Classes, que estão sendo fundamentais para a gente mobilizar a categoria, a garra de vocês, a energia, é maravilhosa, agradeço em nome de toda a categoria o apoio que vocês estão dando e podem contar com a gente também” ela que ao final entrou em contato para ingressar no MLC.

Além disso, os servidores em greve realizaram uma votação que deliberou pela continuação da greve no dia 29, quinta-feira, com atividades e mobilizações e no dia 30 uma grande mobilização em frente ao Tribunal de Justiça.

O reajuste salarial é um direito dos trabalhadores garantido na constituição e o não cumprimento significa um ataque aos servidores, portanto a luta é o único caminho que temos para garantir que haja justiça.