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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças

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A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que o tráfico de seres humanos para exploração sexual movimenta cerca de U$9 bilhões no mundo e só perde em rentabilidade para a indústria das armas e do narcotráfico.

Movimento de Mulheres Olga Benário


Foto: Reprodução

BRASIL – Atualmente, mulheres e crianças representam 82% das vítimas de tráfico de pessoas no mundo. O Brasil é o país com maior incidência na América do Sul, de acordo com o a Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, a exploração através do tráfico de seres humanos para exploração sexual movimenta cerca de U$ 9 bilhões no mundo e só perde em rentabilidade para a indústria das armas e do narcotráfico.

Isso quer dizer que a cada hora, 228 crianças, em especial meninas, são exploradas sexualmente em países da América Latina e do Caribe. O Brasil é o quarto país em casamentos infantis, o sexto em exploração sexual e o terceiro na questão do tráfico de mulheres. A situação é grave, pois dos 5.561 municípios brasileiros, em 937 ocorre exploração sexual de crianças e adolescentes. O número representa quase 17% dos municípios de todo país. A Região Nordeste é a que mais cresce em número de visitantes estrangeiros (cerca de 62% são da União Europeia), segundo o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).

Outro fator alarmante, é a região Norte como uma das mais afetadas, tanto com a questão da exploração sexual, quanto pelo tráfico de mulheres. As chamadas meninas “balseiras”, que vivem em locais próximos à Ilha de Marajó, no Norte do estado, região com um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do País são levadas de barco até as balsas, que realizam trabalhos marítimos, e são exploradas sexualmente em troca de comida ou dinheiro.

O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, uma rede de organizações não governamentais, estima que existam 500 mil crianças e adolescentes na indústria do sexo no Brasil. A falta de proteção contra a exploração sexual, os maus-tratos, o abandono, a violência, a falta de perspectivas na vida, o vício em alguma droga e a necessidade econômica continua sendo uma realidade para milhões de crianças e adolescentes levam essas pessoas serem presas fáceis para essa armadilha.

Uma sociedade que faz do ser humano uma simples mercadoria é a prova da sua decadência. A grande maioria das crianças e jovens que são usados para a exploração sexual necessita desse dinheiro para sobreviver. Muitas entram e não consegue sair: começam meninas e continuam na prostituição na sua fase adulta. Existem muitos atores envolvidos: empresários, clientes, cafetões e cafetinas, servidores públicos e até Estados. Isso significa que a exploração infanto-juvenil e o tráfico de seres humanos não podem ser visto como apenas um comportamento individual de homens que pagam menores para fazer sexo. Estamos falando de uma rede mundial que lucra com bilhões.

A mercantilização dos corpos e de seres humanos desprotegidos só terão o seu fim com a total destruição da sociedade capitalista. Somente a construção de uma nova sociedade, baseada em outros valores humanos e verdadeiramente de direitos, será a solução desse grave problema social.

Leia Mais: Brasil é Primeiro Lugar em Exploração Sexual na América Latina.
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