A ocupação foi realizada para cobrar uma posição mais clara da Reitoria em relação às medidas que já foram e que ainda serão adotadas diante dos cortes de verbas.
Letícia Scalabrini
Coordenadora Geral do DCE-UFG
Movimento Correnteza
Foto: Jornal A Verdade
GOIÁS – No último dia 05 de setembro, estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), junto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), realizaram o ato “Reitoria, essa não é a Universidade que queremos” por entendermos que sobreviver às migalhas que este Governo tem destinado às universidades é colaborar com seu discurso de fechamento e privatização das mesmas.
Os estudantes, após agitação e panfletagem no Restaurante Universitário do Campus Samambaia, caminharam até a Reitoria e, chegando lá, o DCE-UFG propôs a ocupação do espaço físico. A ocupação foi realizada para cobrar uma posição mais clara da Reitoria em relação às medidas que já foram e que ainda serão adotadas diante dos cortes de verbas. A ocupação da Reitoria foi ato de rebeldia contra as velhas práticas conciliadoras de fazer política.
Tanto é que, após poucas horas de ocupação, o reitor e parte de sua equipe foram no local para realizar um primeiro diálogo com os estudantes, que culminou no agendamento de uma reunião mais organizada com os sindicatos e entidades das categorias para o dia seguinte pela manhã, mas que a Reitoria continuaria ocupada até então.
No dia seguinte, pautas foram colocadas em reunião pelo DCE e os estudantes e importantes deliberações foram tomadas, como: a realização de uma Assembleia Universitária ainda no mês de setembro e lá serem esclarecidas as dúvidas da comunidade, principalmente sobre a questão da segurança da UFG; o reitor firmou o compromisso de que se, em algum momento for necessário fechar o R.U. ou suspender as bolsas de assistência estudantil, as atividades serão interrompidas para que nenhum estudante de baixa renda seja prejudicado por não ter condições de se manter, entre outras.
Foto: Jornal A Verdade
O movimento estudantil, em tempos de ataques do Governo contra o povo brasileiro e de profundos retrocessos nos direitos sociais, precisa agora revidar com disposição e combatividade as medidas radicais que este Governo vem tomando contra a educação pública. Tomar partido de mobilizações e ações que venham a fortalecer a defesa das Universidades e Institutos Federais é fundamental para derrotar o projeto fascista neoliberal de desmonte da educação.
O DCE-UFG, gestão “Amar e Mudar as Coisas”, tem sido protagonista na luta estudantil no Estado de Goiás tanto nas questões internas da própria UFG quanto na luta em defesa do passe livre estudantil ou contra o aumento da passagem de ônibus.
Ao fim desta reunião, houve uma assembleia com os estudantes presentes na ocupação e o DCE propôs a desocupação do prédio, que foi aceita, e ainda foi marcada um Conselho de Entidades de Base (CEB) da UFG para a semana posterior.
É preciso reiterar que o nosso inimigo não está dentro da Universidade. Ele está na Presidência da República e que compreendemos que há necessidade de pautar ações conjuntas com os estudantes e a juventude que visem a desgastar o Governo Federal e seus ministros, em especial, o ministro da Educação.