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sábado, 16 de novembro de 2024

Levante popular no Equador derrotou o Decreto 883 de Moreno

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Após treze dias de intensas e decisivas lutas em todo o país, os trabalhadores equatorianos, através de sua mobilização, foram capazes de derrotar o decreto 883, que retira o financiamento estatal aos combustíveis, impondo uma derrota histórica ao Presidente Lenín Moreno.

Thales Caramante


Foto: AA

QUITO Desde que o Fundo Monetário Internacional (FMI) impôs ao Equador um projeto com uma série de políticas de austeridade em fevereiro de 2019, e com a aplicação dessas políticas no inicio de outubro do mesmo ano, já se desenhavam as condições objetivas para uma revolta geral.

De fato, com sua política de decretos, Lenín Moreno foi culpado por aumentar em 123% os preços dos combustíveis, um preço insustentável para a ampla maioria do povo, para os pequenos comerciantes, estudantes, etc. O que se configurou, após anos de trabalho político dos comunistas entre a população, em um levante geral, marcado pela rebeldia, resistência e unidade dos equatorianos contra Moreno e seus poucos aliados da direita.

Insustentável estava a situação para Moreno, que mesmo apelando ao Estado de Exceção de sessenta dias, toque de recolher, franco atiradores assassinando manifestantes, o povo manteve sua unidade e determinação, o que fez Lenín buscar pelo dialogo, o que se concretizou ontem (13).

Em conversa com lideranças da Conaie, entre eles, Jaime Vargas, Presidente da entidade, Moreno se comprometeu em ceder e “rever” partes do texto, em organizar uma comissão que preparará um novo texto que substitua o atual. Ironicamente, mesmo após o exército e a polícia assassinarem sete manifestantes tendo aval de seu decreto de estado de exceção e toque de recolher, a prender centenas, com registros de torturas, Moreno afirmou que “Aprendi a amar os indígenas quando era pequeno, sempre admirei sua sabedoria e respeito sua cultura.”

De fato, os trabalhadores, estudantes e indígenas transformaram Quito e demais cidades do país em verdadeiros campos de batalha, fazendo as forças da burguesia se dispersarem para uma outra capital, a cidade portuária de Guayaquil. O fim do decreto é uma vitória histórica para os equatorianos, pois garantiu ao mundo todo a possibilidade de derrotar os projetos neoliberais através de uma profunda e radical revolta popular, a não depender do judicialismo e das instituições legais associadas ao poder da burguesia.

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