Possível próxima crise financeira pode ter efeito devastador sobre o Brasil

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Como vem sendo denunciado por diversos analistas financeiros, mas divulgados apenas em canais alternativos, como o RT América e o Duplo Expresso, há quatro semanas consecutivas, o FED vem injetando dezenas de bilhões de dólares todas as noites no mercado interbancário estadunidense. Nas primeiras semanas as injeções giravam entre 50 e 75 bilhões de dólares, ultimamente tem atingido a casa dos 130 bilhões.

Isso tem sido necessário porque os bancos estadunidenses estão sem liquidez e também temem emprestar recursos entre si, por medo de inadimplência por parte dos demais bancos. O FED anunciou ontem também uma terceira queda dos juros sobre os títulos do tesouro dos EUA, que já são negativos, ou seja, sua remuneração é inferior à inflação.

A última vez que isso ocorreu foi em 2008, na véspera da crise do banco Lehman Brothers, que acabou na maior crise financeira desde 1929, causada por um processo de especulação sem controle. Nada foi feito desde então e os mercados financeiros dos EUA e da Europa seguem especulando de forma desenfreada.

Há suspeitas crescentes de que estamos à beira de outro desastre financeiro catastrófico e originado no centro do sistema interestatal capitalista. Os efeitos sobre o Brasil podem ser devastadores, uma vez que ao contrário de muitos países que vem reduzindo suas reservas em títulos do tesouro estadunidense, o Brasil mantém 100% das suas enormes reservas internacionais (da ordem de US$ 380 bilhões) nesses títulos.

Paulo Henrique de Almeida Rodrigues, Rio de Janeiro