Inquérito feito pela Polícia Civil confirmou que a Polícia Militar do RJ é responsável pelo tiro de fuzil que atingiu a menina Ágatha Félix nas costas. Problema é reflexo direto da política de insegurança pública aplicada no Estado.
Esteban Crescente e Raphael Assis
Diretório Estadual da Unidade Popular (UP-RJ)
Foto: Reprodução
A Polícia Civil concluiu hoje o inquérito que investigava a origem do tiro que matou a menina Ágatha, de apenas 8 anos, no Morro da Fazendinha, Complexo do Alemão, há dois meses. Segundo os resultados da investigação, o tiro de fuzil que atingiu as costas da menina foi disparado por um cabo da PM que trabalha na Unidade de Polícia “Pacificadora” (UPP) da região.
Ou seja, comprovaram o que a família de Ágatha e todos os moradores da comunidade já relatavam em seus dolorosos protestos de repúdio ao assassinato, reflexo de uma política de insegurança pública fascista que instaura uma verdadeira guerra terrorista dentro das favelas cariocas.
A desculpa da Polícia é ainda mais revoltante: a intenção não foi atingir a menina, e sim dar um tiro de “advertência” contra dois rapazes que, segundo eles, haviam furado uma blitz numa moto.
Pode até ser que o objetivo específico não tivesse sido atingir Ágatha Félix, mas com certeza a bala que a matou, como os próprios policiais relataram, tinha, como alvo, a opressão contra corpos negros e pobres das favelas.
Isso tudo nos prova que, em nome do combate à violência de modo “geral”, a política do Estado tem sido a morte indiscriminada de moradores de favela, em especial negros.