Jornal A Verdade, edição nº 222, novembro de 2019, Página 06.
Redação Nacional
Movimento Luta de Classes
SÃO PAULO – Entre os dias 07 e 10 de outubro, aconteceu o 13º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (ConCUT), em Praia Grande (SP). Com o tema “Sindicatos fortes, direitos, soberania e democracia”, o Congresso discutiu o papel dos sindicatos na conjuntura atual e as saídas frente aos ataques praticados pelo governo contra os trabalhadores e contra as entidades de classe.
Participaram cerca de duas mil pessoas, sendo 1.075 delegados de todas as regiões do país. A abertura contou com representações de outras centrais sindicais e delegações de outros países, porém o debate sobre as lutas populares na América Latina – a exemplo do Equador – deixou a desejar. A própria luta contra o Governo Bolsonaro ficou de fora do Congresso, já que a direção nacional do Partido dos Trabalhadores, principal força política na direção da Central, optou por não lutar pela saída do fascista “em nome da institucionalidade”.
A discussão girou em torno da “reinvenção do movimento sindical” frente às “novas formas de emprego e subemprego” (uberização) e as mudanças trazidas com a Reforma Trabalhista, como jornada intermitente. Os debates não tiveram muito espaço, pois as mesas eram longas e as inscrições para a plenária bem reduzidas. O centro das deliberações foi a mudança do estatuto e a eleição da nova direção nacional.
Por último, ficou aprovada a realização de um Ato em Defesa da Soberania, Direitos e Empregos, em Brasília, no dia 30 de outubro, em parceria com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Construir a Greve Geral Para Garantir os Direitos
O Movimento Luta de Classes (MLC) participou com cinco delegados do Congresso e, apesar do pouco número, conseguiu realizar uma boa agitação e propaganda das nossas bandeiras, defendendo o trabalho de base, as pautas das mulheres e da juventude, a politização dos debates e a organização de uma greve geral, a exemplo do que ocorreu em 2017.
“A maioria do povo não votou em Bolsonaro e, dos que votaram, muitos já perceberam seu discurso mentiroso. Por isso, não é hora de ficar na defensiva. Precisamos organizar nossas entidades e nossa Central Única para fazer um trabalho de base e denunciar os ataques do governo aos direitos dos trabalhadores, pautar mais política nas nossas categorias. Precisamos denunciar as privatizações, mas também pautar que, dentro dessa luta de classes, não cabe conciliação. Por isso, nós, do Movimento Luta de Classes, defendemos a organização de uma grande greve geral para defender nossos direitos e barrar os ataques do governo”, declarou Ludmila Outtes, presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco e integrante do MLC, durante a análise da conjuntura nacional no plenário do ConCUT.