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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Polícia Militar assassina Pedro Henrique, ativista dos Direitos Humanos

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Após cerca de um ano do assassinato truculento do ativista baiano Pedro Henrique, o delegado responsável concluiu inquérito e indiciou os Policiais Militares Bruno de Cerqueira Montino e Sidnei Santana Costa por homicídio.

André Molinari


Foto: Reprodução/Arquivo

“Pedro foi um revolucionário sonhador, ele acreditou no seu sonho de uma sociedade mais justa, humana e igualitária e o pôs este sonho em prática. No fundo ele sabia que o pior poderia acontecer, mas esta certeza não o fez retroceder e não tenho nenhuma dúvida que se ele tivesse outra chance, faria tudo de novo.”
Ana Maria Cruz, mãe de Pedro.

O Caso

No dia 27 de dezembro de 2018, por volta das 3 horas da madrugada, Pedro Henrique, tatuador e ativista político, foi alvejado por 8 tiros na própria cama, em sua própria casa. 3 policiais militares, que rodavam Pedro regularmente, invadiram casa, encapuzados, com coturnos e coletes balísticos.

Antes de invadir a casa de Pedro e cometer o assassinato, os policiais invadiram a residência do pai de Pedro e agrediram e apontaram armas ao senhor para indicar a então casa do ativista, que tinha se mudado recentemente.

O caso atualmente está nas mãos do Ministério Público, correndo em sigilo, depende de o promotor oferecer ou não a denúncia. Os policiais respondem em liberdade, chegando a ter ameaçado familiares e amigos até jovens estudantes que participam da Caminhada da Paz fundada por Pedro.

Caminhada da Paz

Em 2012, em uma abordagem policial, Pedro foi espancado pelos policiais militares. Então começou uma luta continua contra a violência do Estado, denunciando principalmente a violência policial.

Os policiais agressores foram processados por abuso de autoridade e agressão, isso desencadeou uma série de perseguição, os policiais começaram a agredir e persegui-lo.

No ano seguinte ao ocorrido, 2013, Pedro organizou a 1ª Caminhada da Paz. A Caminhada tinha uma enorme aderência popular, onde se denunciava todos tipos de violência, mas com ênfase na violência policial. Também se trocava camisetas por alimentos não perecíveis para fornecer cestas básicas para famílias pobres.

Entre 2013 e 2018, Pedro Henrique organizou e realizou seis Caminhadas da Paz. Nesse mesmo período aumentaram constantemente os assédios e agressões da polícia contra ele, até a Guarda Civil Metropolitana começou a persegui-lo.

Mesmo sobre constantes ameaças de violências Pedro não baixou a cabeça e continuou denunciando e lutando contra a violência do Estado.

O seu exemplo deve ser saudado não só na campanha pela sua justiça, mas na continuidade da luta! Tomar em prática e responder que o povo não aceitará violência e pede basta as frequentes chacinas no Brasil.

Devemos lutar para que haja mais Caminhadas da Paz, pelo fim das chacinas e do genocídio do povo negro e pela implantação imediata das recomendações da ONU no que diz respeito à polícia militar brasileira, ou seja, a sua desmilitarização.

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