Partido recém criado quer afirmar seu programa de participação popular na política. Por isso, além da Jornalista Lenilda Luna , militância da UP deve lançar chapa de vereadores para a disputal política na capital alagoana
Redação Alagoas
ALAGOAS – A Unidade Popular iniciou o mês de fevereiro reunindo os filiados de Maceió para afirmar a necessidade de apresentar candidatura própria à Prefeitura da capital alagoana, além de destacar, para concorrer ao legislativo municipal, representantes dos movimentos sociais, como organizações sindicais, comunidade LGBT, de mulheres, das lutas por moradia, pela igualdade racial, etc.
A plenária, realizada no sábado (1), lotou a sede, localizada na rua Comendador Teixeira Bastos, Prado. “Vamos afirmar, para a sociedade alagoana, o nosso programa para a cidade de Maceió, que será construído dialogando com vários setores, destacando sempre a organização popular e dos trabalhadores para conquistar uma vida mais digna”, ressaltou Magno Francisco, presidente estadual da UP e membro do diretório nacional.
A jornalista Lenilda Luna foi apresentada como proposta do diretório estadual para Prefeitura de Maceió. “A companheira Lenilda Luna tem mais de 30 anos de militância em defesa dos direitos sociais e trabalhistas. Ela reúne as condições para unificar o campo de esquerda nessa disputa eleitoral”, declarou Magno Francisco.
Lenilda Luna falou com muito entusiasmo para a militância da UP. “Cumprimos uma tarefa grandiosa, que muitos não acreditavam que conseguiríamos concluir com sucesso. Sem estrutura, sem dinheiro, percorremos cada bairro desta cidade, além de várias localidades em Alagoas. Junto aos companheiros e companheiras de todo o Brasil, construímos um partido feito por mãos trabalhadoras. Não viemos para ser coadjuvantes. Viemos para promover uma transformação social necessária para superar a pobreza e as discriminações”, destacou a jornalista.
A pré-candidatura de Lenilda Luna foi aprovada de forma unânime no diretório municipal, estadual e pela militância reunida na plenária.
A Unidade Popular em Alagoas vai aguardar as deliberações da Executiva Nacional para marcar simultaneamente, em todo o país, a apresentação das pré-candidaturas, que só serão oficializadas nas convenções estaduais em agosto. “Somos um partido de caráter nacional e temos uma mesma identidade em todo o país: um partido dos pobres, pretos e favelados, dos mais marginalizados da sociedade. Dos que são discriminados, como as mulheres, LGBTs, negros, moradores da periferia”, ressaltou Lenilda Luna.
A trajetória da pré-candidata
O nome da jornalista foi recebido com entusiasmo pela militância para cumprir a tarefa de representar o partido no pleito eleitoral. Lenilda Luna nasceu em Cabo-Pe, mas é filha de alagoanos. O pai é operário aposentado, e trabalhou em várias fábricas, e a mãe trabalha até hoje com pequenos comércios. A família ainda passou alguns anos em Santos- SP, antes de voltar para Alagoas, em 1977.
Lenilda é formada em Pedagogia, pela UESC Ba, e em Jornalismo pela Ufal. Com relevante trajetória profissional nas duas áreas. Em 1994, ela coordenou a primeira eleição direta para diretores da rede municipal de Maceió, colaborou na organização dos conselhos escolares e na implantação da Educação de Jovens e Adultos no período noturno. Também trabalhou em rádios, TVs e assessorias de comunicação.
Atuante nos movimentos sociais desde a adolescência, foi educadora popular e sindical, participou do movimento estudantil e contribuiu na organização dos sindicatos de trabalhadores rurais no interior de Alagoas e na região cacaueira da Bahia.
Atualmente, é jornalista da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e atua no Movimento de Mulheres Olga Benario, no Movimento Luta de Classes, na base do Sindicatos dos Trabalhadores da Ufal, com o Coletivo Resistir e Lutar, além de ser da direção da UP em Alagoas e do diretório nacional. “Sempre acreditei que a organização política e autônoma dos trabalhadores e trabalhadoras, pode mudar o mundo. Nossa proposta para Maceió tem foco: o povo pobre e trabalhador desta cidade”, concluiu Lenilda.
Sobre a Unidade Popular
A decisão de criar a Unidade Popular surgiu depois das manifestações de 2013, que revelaram uma lacuna na representação da esquerda no país. Ativistas de movimentos como Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), com vinte anos de existência, e outros como o Movimento de Mulheres Olga Benário, Movimento Luta de Classes, Movimento Correnteza e União da Juventude Rebelião (UJR), iniciaram a tarefa de recolher assinaturas em 2015.
“Nos dedicamos prioritariamente a essa missão, sem deixar de cumprir as tarefas dos nossos movimentos e sem faltar ao trabalho, porque somos um partido de trabalhadores e trabalhadoras”, destacou Mona Spinassé, coordenadora estadual do Movimento de Mulheres Olga Benário.
Depois de dois anos recolhendo assinaturas, ainda foi preciso cadastrar as fichas no site do TSE, formar os lotes organizados por zona eleitoral, em ordem alfabética, e levar todo o material para os vários cartórios eleitorais para que as fichas fossem conferidas e validadas. “Passei várias madrugadas no computador digitando dados e organizando lotes. Cada um de nós se dedicou às várias etapas da tarefa, a minha foi de cadastramento no site do TSE”, contou Scarlett Duarte, também do Movimento Olga Benario.
A Unidade Popular recolheu 1,2 milhão de fichas e mais de 700 mil foram validadas, superando o mínimo necessário para a criação do partido. O processo de registro da UP foi julgado pelo TSE em 10 de dezembro, com aprovação unânime e é claro que a militância em todo o Brasil comemorou muito. “Com a mesma determinação coletiva e organização com que conquistamos o partido, vamos apresentá-lo para a população, com autonomia e afirmação dos princípios político-ideológicos”, garantiu Magno Francisco