Com a oferta de bolsas integrais para alunos das escolas paralisadas, tubarões do ensino buscam se aproveitar da greve para desmobilizar a luta dos professores
Guilherme Piva
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A greve da educação em Minas Gerais segue forte, e já impôs derrotas ao governo desmoralizado de Romeu Zema. Ao dar reajuste salarial de 46% para a Polícia Militar enquanto segue dando calote no professorado, que não recebeu nem o 13º salário de 2019, viu seu governo se enfraquecer ainda mais, despertando críticas dos deputados estaduais de seu próprio partido. O vice-governador rompeu com o governo em crise.
Em Barbacena, apenas três escolas funcionam. Todas as demais estão paralisadas total ou parcialmente. Tendo em vista esse cenário, o Centro Educacional Aprendiz considerou uma boa ideia assediar os alunos das escolas em greve, ofertando bolsas de 100%. Investindo em publicidade, pagaram anúncios nas redes de um jornal local que divulga várias vezes ao dia, em intervalos curtíssimos, tal assédio canalha.
Por outro lado, a escola que busca se promover como uma instituição solidária e bondosa é frequentemente denunciada por descumprimento de leis trabalhistas, chegando a ter seu fechamento determinado pela justiça pela acusação de falha no setor das normas de prevenção e segurança. A proprietária chegou a ser presa sob acusação de crimes tributários, como estelionato, sonegação fiscal e apropriação indébita previdenciária, havendo 41 processos em seu desfavor, mas conseguiu um Habeas Corpus.