Por Guilherme Piva
O comércio está fechado em boa parte do Brasil, houve redução do fluxo de pessoas, trânsito e de aglomerações. Entretanto, em Barbacena (MG), neste mês de abril vários estabelecimentos de setores não essenciais estavam abertos normalmente. A unidade da tradicional lanchonete Silvio’s Lanches, que fica na rua Quinze de Novembro, no centro da cidade, atendia os clientes normalmente, embora só com uma das duas portas aberta. A loja da rede de chocolates Cacau Show também se mantinha aberta até o fechamento desta reportagem, com uma funcionária atendendo na porta. O Jornal A Verdade também detectou desde banco de crédito, chaveiro e até papelaria estavam abertos. Nesta última, havia uma fita verde e amarela na frente do balcão.
O isolamento social horizontal, em que toda a sociedade fica em quarentena, é a única maneira com eficácia comprovada cientificamente no enfrentamento a pandemias, além disso, essa é uma orientação da Organização Mundial de Saúde – OMS onde os países que implementou, diminuiu a curva das mortes causada pela Covid-19. Porém, no Brasil o índice de isolamento se encontra muito abaixo do necessário.
O discurso do fascista Bolsonaro, defendendo a reabertura do comércio e das escolas, a flexibilização do isolamento e o “retorno à normalidade” levaram uma parte da população a ignorar completamente as orientações da OMS. O governo federal adota uma estratégia de terrorismo psicológico. Bolsonaro, que liberou 10 bilhões de reais para os planos de saúde e mais de um trilhão para as megacorporações, nada fez para elaborar um plano de auxílio econômico às pequenas e médias empresas, indo na contramão da maioria dos países do mundo, inclusive países imperialistas, têm feito. Afirma que se o comércio não for reaberto a economia brasileira vai quebrar, enquanto gasta mais de 1 trilhão de reais do orçamento federal por ano para pagar os juros da dívida pública.
Representando os interesses da grande burguesia, e já afirmou que não se importa com os trabalhadores e as trabalhadoras possam morrer vitimados pelo coronavírus [como ouvimos na fala do dono da rede de restaurantes Madero], o Sr. Presidente usa de todos os meios possíveis para levar o Brasil rumo a um genocídio de proporções nunca vista em nosso país. Para isso, faz de tudo, até distorcer as falas do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. Outro fato foi a demissão do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, e colocou em seu lugar o ministro Nelson Teich que faz coro a esse discurso, de que o governo tem que escolher entre a vida e a economia. Mais recentemente, o Exército solicitou informações sobre a capacidade dos cemitérios, já se preparando para milhares de mortes.
O prefeito Luís Álvaro (DEM) adota uma postura negligente. Não decretou o fechamento do comércio local nem diante do aumento de casos – a decisão de fechar o comércio partiu dos próprios sindicatos e associações de comerciantes. Determinou apenas que alguns servidores municipais trabalhem de casa, e faz vista grossa aos comerciantes que desrespeitam as orientações, não havendo punições como multas ou fechamento do estabelecimento. Também os cemitérios municipais já estão sendo preparados para atender a “demanda” assassina do prefeito.
Além disso, outro fato que chamou atenção foi a alta circulação de pessoas nas ruas. Embora a maioria estivesse usando máscara, notou-se que a maioria dos idosos que circulavam pelas vias estavam sem máscara, mostrando despreocupação com a própria saúde, já que são grupo de risco da Covid-19. Por enquanto, não há mortes pela doença na cidade, porém, caso haja, tem que estar claro que não será uma fatalidade, mas sim crimes cometidos pelo Estado, e os responsáveis têm nome e sobrenome: Luís Álvaro Abrantes, Romeu Zema (Governador de Minas Gerais – Partido Novo) e Jair Messias Bolsonaro.
Com suas posturas, os governantes nos três níveis mostram uma total indiferença à vida do povo. É importante seguir as orientações dos especialistas da saúde de ficar em casa, respeitar o isolamento social e compreender que quarentena não é férias, para aqueles que podem fazer. Diante dessa situação de crise sanitária que vivemos, onde os próprios governantes não tomam as medidas necessárias, torna-se também uma medida de saúde pública a derrubada imediata deles, e em seu lugar, a construção de governos populares. Essa é a única saída para prevalecer a vidas de milhões de brasileiros.