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sábado, 16 de novembro de 2024

Empresa demite funcionários por WhatsApp no ABC Paulista

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DEMISSÃO – Trabalhadoras foram demitidas injustamente via Whatsapp em meio a pandemia do Covid-19. (Foto: Jornal A Verdade)
João Coelho
Unidade Popular Pelo Socialismo

SÃO BERNARDO DO CAMPO – A empresa Sono Quality demitiu cerca de 200 trabalhadores pelo aplicativo de mensagens nas últimas semanas, demonstrando o descaso completo com seus funcionários. A empresa alegou não ser possível manter o salário dos trabalhadores em meio à pandemia do Covid-19.

Em entrevista para o jornal A Verdade, os trabalhadores denunciaram sobre o processo de demissão. Isa Lucena, uma das demitidas, contou:

“Nos colocaram em casa sem remuneração, sem nem perguntar, mas com a garantia de termos nosso emprego de volta. Passados alguns dias, nos demitiram em três etapas. No dia 01 (de abril) pelo telefone. No dia seguinte (02), pelo Whatsapp. E dia 03 recebemos o e-mail falando q fomos demitidos. Agora já passou o prazo de fazer o pagamento das verbas rescisórias. Não querem pagar a multa prevista na lei e ainda querem parcelar nossos direitos. Sacanagem, pura sacanagem”.

A empresa alega não ter dinheiro para pagar a multa rescisória dos funcionários de uma só vez e quer parcelar o pagamento em até 12 vezes, o que está em desacordo com a legislação.

Os trabalhadores também denunciaram ter sofrido coação para assinar o acordo de rescisão. Dizem ainda que a empresa deixou de depositar o FGTS de vários funcionários durante meses e que estava se recusando a pagar os 40% de multa sobre o FGTS. Além disso, alegaram sofrer frequentemente com assédio moral e com pagamentos realizados “por fora” do registro em carteira para diminuir o valor do FGTS, entre outras irregularidades e abusos por parte da direção da empresa.

Os trabalhadores se revoltaram com a situação e não aceitaram calados. No dia 15, dia marcado para assinatura do acordo de rescisão do contrato de trabalho, realizaram um ato em frente à empresa cobrando seus direitos e denunciando que os donos da Sono Quality estão jogando a conta da crise nas costas dos trabalhadores, tratando o lucro de seus acionistas como prioridade em relação à vida dos trabalhadores que não terão condições de garantir seu sustento, agora que estão desempregados.

Daniela Silva, inconformada, cobrou a empresa:

“Sono Quality, pague nosso direitos sem parcelamento. Trabalhamos honestamente para agora vocês nos tratarem com descaso? Queremos justiça”.

A Unidade Popular tem ajudado na organização dos trabalhadores demitidos que agora, além de pressionar a empresa, entrarão com uma ação na Justiça do Trabalho para cobrar seus direitos. Os funcionários não permitirão que mais uma vez, de forma ilegal, os patrões garantam seus lucros em cima de nosso suor.

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