André Santos e Guilherme Falavinha, Paraná
Apenas cinco meses se passaram desde a descoberta de um novo vírus na região chinesa de Wuhan, gerando alertas imediatos nos órgãos de saúde mundo afora, inclusive os brasileiros. Pouco mais de dois meses depois, o vírus chegou ao território brasileiro, como era esperado quando não se fechou fronteiras para viagens do exterior. E o que vemos no Brasil, agora, passados quase três meses e passando dos 10 mil óbitos?
O que está nítido é a clara e manifesta campanha de desinformação na forma de registrar os casos da doença, evidenciando um interesse particular de alguns estados (muitos deles alinhados ao governo federal) em manter a pandemia por de baixo panos. Um desses estados é o Paraná, onde governo estadual aparenta seguir essa linha.
Os óbitos por dia no estado e principalmente em Curitiba, por pneumonia, por síndrome respiratória aguda e outros tipos de síndromes respiratórias, não estão entrando nas estatísticas da covid-19. É o que constata o InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), não somente para a região de Curitiba, como todo o estado do Paraná. Segundo as entidades citadas, a ocorrência das síndromes respiratórias, está três vezes acima das reportadas em anos anteriores, somente contado os casos onde há internação do paciente (o que sugere um número de casos muito acima desta proporção).
Frente a isso o governador Ratinho Júnior, filho do apresentador e fiel escudeiro de Bolsonaro, interessado nesta política negacionista, recebe recursos federais do Ministério da Saúde e do SUS, e sem ter a necessidade de expor a gravidade do problema a público, gera uma lacuna na destinação de verbas para a doença. A omissão dos casos e a falta de testes para a confirmação pode estar a servir como finalidade de marketing político, transparecendo para a população a competência de sua gestão. De uma maneira mentirosa contribui para que a população ignore a gravidade da pandemia, abrindo mão de cuidados básicos de saúde e distanciamento social como forma de precaução.
Constatamos que, além de omissos, os representantes dos estados alinhados ao governo fascista, também querem sair por cima, agregando capital político ao pleno desconhecimento popular do perigo que os ronda. Uma ideia nefasta, pouco explorada, pouco denunciada nos órgãos responsáveis pelo funcionamento da república, e que por si só, caminha para acumular mais mortes. Morte e alienação. A máquina dos barões do fascismo precisa parar. A esses políticos, muitos possuidores de empreendimentos dos mais diversificados possíveis, interessa somente o lucro. Mortes são apenas um detalhe, “e daí?”.
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